sábado, 20 de maio de 2017

Ode a noite fria e chuvosa


É noite,
é frio,
é vento,
pequenas
estrelas
dançam
geladas
pelo céu imóvel,
congelando
minhas mãos,
meus olhos de
marfim e meus
ouvidos de vinagre.
Lentamente
a chuva faz dançar
suas gotas
pelo chão.
Um frescor
de uma lembrança
toma conta do ar.
A casa
e o lodo do chão,
os gatos tristes,
o vazio das plantinhas,
todas encolhidas
como pequenos
camundongos
sem pelos.
A caneta
na mesa bem
poderia sorrir.
E os livros
enlutados
bem que
podiam chorar.
E tudo é confuso,
tudo é mistério,
como se uma
onda de espuma
acelerasse o mar
e o candelabro aceso.
O resto é lembrança.
E a chuva continua
o seu discurso político.
E a oratória da noite
é a mesma: dormimos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário