quinta-feira, 25 de maio de 2017

Impossível recordar



Sonhei e ela viu.
Que outono era?
Que porto? que sonho?
Nenhuma pedra.

A manhã
refletia-se no
espelho do sonho.
E ela via os olhos
noturnos dela,
olhos de mariposa,
olhos de primavera.

Era o amor
e já não era noite.

Havia orvalho
nas ruas e na
calçada uma aurora
em forma de maça.

Ninguém suspeitou
que o sonho queria
se dissolver como areia.

Sonhei e ela viu.
Que sonho era?
Ninguém soube.
Nem eu me recordo.

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