sábado, 28 de novembro de 2015

A transformação -


soneto

Não ladra aos outros a palavra do teu silêncio,
ainda que estejas vivo já sabes que estás morrendo.
Na noite vociferou o luar cretino dos amantes,
foi a eternidade que balbuciou o jorrar do sangue.
Não é a tristeza que consome os meus ossos,
nem o amor que me delira a esse oficio de escrivão.
Basta compor alguns versos sobre a morte
e fazer jorrar a dor como o petróleo ou o carvão.
Mirar a lembrança do teu rosto e sentir que a vida
é feita de transformação, e não poesia.
Melhor seria consultar os videntes
da verdade que nunca se realiza.
Esse mundo é outro, não é o mesmo.
Não ladra aos outros a palavra do teu silêncio.

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