quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Soneto


Nunca vi céu tão claro
diante de olhos tão escuros.
Melhor seria vê-los em outros
cantos, em outra porta, em outros muros.

Disse-me adeus por pura casualidade,
e foi contemplar o infinito.
Eu, que me recordo desse rosto
sonho com tais claridades.
A princípio pensei que fosses
um dia passado dentro de outro dia:
mar envolto em águas, sóis, oceanos.
Assim não descartei o esclarecido
da memória e da lembrança:
céu tão claro quanto um sonho.
(foto: ilustrativa)

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