sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Por fim

Por fim
Quando os seus cabelos negros
passarem de luas negras à luas brancas,
talvez eu não esteja por aqui,
nem meus versos te encantem.
Sempre irei relembrar a espuma do
seu perfume me aquecendo o dia.
A beleza dos seus lábios sobre os meus!
Que métrica poderia conter essas coisas?
Mas você não irá olhar o espelho.
Que deveras, estará quebrado. Escondido.
Nem irá olhar a minha fotografia dentro
do livro. Presente guardado.
No retrato e no espelho, os dois
estarão juntos. E juntos estaremos.
O livro, o espelho, a fotografia,
meus lábios em tua boca, seus cabelos negros
incendiando o dia e a noite de uma
escuridão serena. Então o tempo irá
temporizar essas coisas.
E o amor, brilhante concussão,
irá rachar o espelho, queimar a fotografia,
envelhecer os cabelos,
deixando minha boca (e a tua, escrevo), sozinha!

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