Não vês
amada minha
que sou um poeta
clandestino?
Não vês
que os caminhos
que tenho
são esses caminhos
cheios de sol,
ferrugens, labaredas,
hermetismos, constantes
vibrações
do ar e da música sulista
da minha pátria triste,
da minha incompreensível
pátria que é o meu coração.
Ai, como canto e canto,
e volto a cantar como um pelicano.
E esgoto meu canto
com os acordes dissonantes
do meu coração, do violão
das minhas palavras manchadas
de alegria, suor e chuvas, tempestades
noturnas e sonhos mágicos.
Que faço? Sou um poeta clandestino.
Quando não canto
simplesmente passo.
Amada, é isso
o meu poema.
E não é mais nada.
Obrigado.
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