quinta-feira, 20 de abril de 2017

Poeta clandestino



Não vês
amada minha
que sou um poeta

clandestino?

Não vês
que os caminhos
que tenho
são esses caminhos

cheios de sol,
ferrugens, labaredas,
hermetismos, constantes

vibrações
do ar e da música sulista
da minha pátria triste,

da minha incompreensível
pátria que é o meu coração.
Ai, como canto e canto,

e volto a cantar como um pelicano.
E esgoto meu canto
com os acordes dissonantes

do meu coração, do violão
das minhas palavras manchadas
de alegria, suor e chuvas, tempestades

noturnas e sonhos mágicos.

Que faço? Sou um poeta clandestino.
Quando não canto
simplesmente passo.

Amada, é isso
 o meu poema.
E não é mais nada. 

Obrigado.

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