Sem cores são os meus poemas:
sem cores, sem vida, sem nada.
São poemas amargos como a vida.
São tão simples, coitados, que parecem
caramujos atrapalhados e sem rumo.
São os meus versinhos de pardal.
Eu tento imitar os pardais no meu canto.
Por isso os meus poemas são tão semelhantes
ao palpitar dos pássaros...
Ai, meus poemas, meus poemas de amor.
Minha amada os ouve e adormece coroada
de beijos como uma rosa, como uma flor.
Mesmo assim eles não tem cores, não tem cheiro.
Meus poemas não são nem visto, nem lidos,
nem sentidos fora do rumo do próprio ser.
São amargos de areia e oceanos, são frutos
podres caídos no chão cheio de terra e pedras.
Por isso os versos se confundem tanto comigo.
Por isso eles vão sem rumo como as ondas.
Por isso eles desaparecem no horizonte,
pálidos e cinzentos como o mar sem tempestade.
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