Ritmo lento
sem sombras, suspiros, ou
sorrisos que envolem marinhos
como a espuma do mar, os pequenos
pássaros que suspiram solitários,
vagando pelo ar imóvel e avermelhado.
Sem dúvida alguma magnéticos como
a chama de um coração fervendo
no meio da paixão devastadora das
espadas, dos delírios que se consomem.
Quem dera esquecer o teu nome frio
de estrela azulada, quem dera sonhar
com os teus cabelos de rio enquanto
voam os pequenos pelicanos em direção
a outros mares, outras sombras, outros oceanos.
Tudo se confunde em mim.
Todas as imensidões das rochas
indescritíveis da linguagem pousam
em meus olhos de vinagre.
Mesmo assim vejo sombras,
mesmo assim vejo pequenas
partículas polidas de lírios, de chamas
que vagam imensas como uma fogueira
até alcançarem o céu e se absorverem em
forma de nuvens azuladas, fumaças terrestres
que se vão como a chama de um cigarro que
se apaga...
O teu nome, o teu nome é menos o teu nome
do que o nome deles, delas, daqueles que
um dia significaram ouro, significaram mel.
Essas vagas montanhas são os únicos resquícios
de que um lamento acompanhou o chão e o vazio.
O vazio mais imaginário do que real, o vazio
mais real do que imaginário. O vazio do vazio.
Mesmo sendo como um pequeno bote que se vai
pela praia solitária sem plumas ou ventanias,
ali estará inscrito a mensagem que não entenderam.
Ai, chega de fantasmas, sombras, passeios.
Dá-me um beijo de escuridão, de estrela, de
vapor que se consome lento até se apagar
na memória. Pois finalmente entregarei
o teu nome aos anjos, aos leopardos, aos
cadernos perdidos das poesias perdidas
que os fantasmas sem raízes verdes
esquecerão como a espuma do mar
[que tudo esquece...
Nenhum comentário:
Postar um comentário