danças da chuva e
outros delírios
Quero tudo o
que eu não posso
ter: alcançar o céu
tem um alto preço.
Quero ser formiga,
não quero ser lombriga.
Quero ser poesia,
fantasma que medita.
Minhas mãos são aço,
meu rosto é de vidro.
Meus pés são suspiros.
Eu sou um catá clisma,
ego de lírios. Deixai
inscrito essa carta
final, para que o
cartão postal chegue
até o carro sem gasolina.
O resto, se existir, será
poesia...
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