domingo, 17 de janeiro de 2016

O dia se finda como um céu de névoa...

O dia se finda como um céu de névoa...

O dia se finda como um céu de névoa
sobre os meus olhos cansados de aurora.
O seu retrato fez o meu coração marinho
suspirar por outra coisa que não o vazio.

O seu nome foi me levando como uma
nuvem em cima do oceano atlântico.
O seu nome, o seu retrato, sua boca
de rocha melada de sal e açúcar...

Você era mais do que eu naqueles
dias e continua sendo mais fogo, 
mais vento, mais fósforo, mais suor,
mais suspiros, mais lembranças.

Hoje eu sou um fantasma imóvel,
sou um elétrico marinheiro que
enlouqueceu de tanto amar a
sonoridade do mar da poesia.

Ai, que dia eram aqueles
em que eu pude tocar sua
boca de água-viva, sua boca
suave de ostra, de óleo de 

mariposa adormecida. 
Eu queria que esse dia
nunca se encerra-se, que
nunca termina-se a dança

do nosso amor feito a
dança da chama com a água
de uma chaleira ou como 
a dança das águas congeladas

com as águas quentes que
se encontram. Mais eu só quero
lhe dizer nesse instante, boa-noite.
Descansa tua cabeça de prata

nesse céu escuro 
diante das estrelas azuis
pálidas, frias, solitárias e vazias.

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