sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
dois trovadores
dois trovadores -
-Não gritem, não gritem. Escutem bem vocês: aqueles que um dia se vão, retornam de uma só vez. Mas não batem na porta, não carregam amores e nem sonhos. Trazem apenas aquilo do antes, que depois não há antes. Todos sabem, por que o tempo não para, ele é constante!
-Não quero saber do tempo. Pra mim ele me resta de antagonista. Quero é viver a vida, que é uma coisa que vai, com começo e fim, justa medida. Prepare o seu grito de canto, que o meu vai na justa medida!
-Não há nenhuma medida justa, e nem um justo exato. É preciso não gritar, escutar com muito cuidado.
-Traga pois então a guitarra, traga o bumbo e traga contigo qualquer instrumento que soe. É que se luta contra o silêncio, é o silêncio que pregoa. Tenho aqui o meu violão, para soar sobre o céu, e ela tem os lábios de mel, e você não me tira o chapéu?
-Não mude de prosa, não mude não. Aqui é nordeste, aqui ainda é sertão. É aqui que cabe o coração. Não nasci pra tirar chapéu a Ninguém, e a ninguém tirarei o meu chapéu, apenas quando morrer, quando lá em cima chegar, nos altos do céu.
-Pois então conte e cante, e cante e conte. Na navalha desse sol, vivemos e nascemos pra sobreviver, não queira ainda morrer, vamos nos entender, antes do dia nascer, quero contigo saber, o que façamos para não nos entender?
-Irmão, irmão, perdoa o sotaque, perdoa a região, aqui ainda é sertão, me abrace então.
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