sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Estou além da vida
Estou além da vida
e dessa nada ninguém me explica.
Sou sonho nas lembranças de algum
e sou cansaço nos braços de outro
ando tão canso e olha que ainda sou moço...
Estou além da vida, além de mim mesmo.
São duas da manhã e nem sinto o coração
Que mundo é esse que se vive de ilusão!
Eu posso ser aquilo que me dar vontade,
ser eu posso nunca sendo
e é assim mesmo que se vai vivendo... Vivendo
Quem pode me explicar o meu ser? O meu viver?
Não posso me calar agora, mais os deuses um dia
Me calarão... Sou do oceano apenas uma gota.
Amigos tive, me deixaram. Amor tenho, eu não o quero.
Não quero nada que me dê um peso na alma
Não quero carregar Portugal e o Brasil em minhas costas.
Sou tão jovem ainda que sinto a tristeza me abraçando
que horas são essa que se vão passando?
Em vão... porque tudo é vão. O beijo da moça é vão,
A caminha acompanhado é vão, o escrever é vão, os poetas são vão
As tolas religiões, os deuses tolos, os políticos, os churrascos aos domingos
Tudo vão. Só me resta a música da alma que não é calma.
Calma terei quando morrer, e enquanto moço não morro.
Jogo fora as esperanças de ser quem não fui e quem não quero mais ser.
Lasco meu nome aos céus: Gabriel, que prendam o anjo por isso. Não
sou o Gabriel, não sou quem me chamam ser quando passo de cabeça baixa
suspirando triste súplicas de piedades pelos meus algozes zombadores.
Eu zombo deles porque me resta a inteligência, mais ela nada mais é
Que o descabimento profundo do desgosto da alegria.
Vá pra puta que pariu todos os que querem apenas a alegria.
Deixe-me sofrer, chorar, sonhar, cantar, gritar, sangrar
Por que sou feito de osso carne e sangue e não tenho mais nenhuma amante.
Sou apenas o pálido que não dorme. Sonho sem querer sonhar. Não tenho sono
Acabem comigo seus imundos. Minha cidade é imunda, como todas as cidades
O são. Eu estou tão triste que nem a bebida pode me salvar da depressão.
Não quero carinho, não quero quimeras, não quero ninfetas, não quero ninfas,
Não quero prostitutas, não quero mulheres, não quero homens, não me quero, não
Quero ser assim, mais é assim que me Quero e me querendo sou não sendo.
Óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
Alma que grita com a minha distante enquanto caminha pelo sol
Sol que já me comparei sendo como um, não sou nem luz nem trevas
Óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
Sou apenas o passado do presente, e o vivo desencantado com o futuro
Óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
Me aquieto sofrendo por dentro e ninguém me oferece um chá de amor
Óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
Eu quero que se dane que se foda que morra a paixão e a escuridão
Óóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóóó
Que tristeza é ser quem eu sou mesmo não querendo ser quem eu quero!
Abram as cortinas porque necessito de calma e de espaço para ser compreendido
E lá se vão as ferraduras da esperança, enquanto meus olhos em vão descansam.
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