O FAUNO
Pelo campo e pelo prado,
Vai o Fauno dia e noite;
Pisando as gramas verdejantes,
Com os seus cascos fendidos.
E entre a neve que cai fria
Nas terras do Norte agreste,
Vai o Fauno caminhando;
Alegre e retinindo,
No som alegre de sua flauta
Feita de bronze e prata.
Sua melodia invadindo vai
Bosques e florestas ao longe;
Chamando as Fadas morenas,
Que se escondem nos arbustos.
Despertando ao som da bossa,
Elfos que dormem nos galhos.
O Fauno alegre dança
Com as Ninfas ao seu lado;
E de seu cabelo encaracolado,
dois chifres de bode brotam;
E brilha sua cauda esticada
Que serve de cachecol no frio.
O DESPERTAR DO GIGANTE
Lá estava ele com o seu corpo
Grande e medonho, porém esbelto.
Dormia seu Sono de mil eras,
Outrora quando o Mundo era belo.
Foi quando a nevasca seu corpo gelou,
E num imenso bloco de gelo o tornou.
E ali, onde a escuridão era imensa,
Dormiu com os seios peludos sem coberta.
Porém nem dragão nem águia de fogo
Despertou o seu sono tão grandioso.
Eu vi!, eu vi!, uma pequena vaca leiteira
Lambendo o gelo de sal sem se importar
Se o Gigante lendário iria despertar.
Então ele abriu seus olhos e observou o mundo:
Imensas montanhas, lagos profundos,
Olhou e viu florestas ao longe;
Imensos charcos, campinas distantes;
Nuvens cinzentas cobriam a vista,
Onde o mar repousava brilhoso e furioso de ondas.
Então o gigante com os pés levantou,
E nas mãos gigantes a vaca pegou.
Agradeceu por sua liberdade, e perguntou
O Nome dela : -SOU GALATHEA, A ERRANTE, - a vaca respondeu-
E MORO ACIMA, NAS CAVERNAS BRUMANTES.
E o gigante uma imensa gargalhada deu.
Pois do seu nome ele se esqueceu!
OS ELFOS
Nas ilhas belas distantes
Que o coração jamais alcança
Cantam os Elfos de belas vozes
Lamentos e antigas lembranças.
Cantam e rimam seu ritmos
Entre flautas e alaúdes dourados;
Entre a floresta e a chuva, e a lua;
Entre as estrelas e os planetas sem memória.
Cantam os Elfos seus lamentos,
Seus lamentos antigos de outras Eras.
Quando o Mundo era belo
E não havia nenhuma escuridão nele.
Cantam e entoam louvores
Pela lembrança do Mundo que viram ser destruído.
Quando o chão era mais verde que o verde,
E os animais falavam e riam.
Quando as árvores dançavam e batiam
Palmas com seus galhos e suas folhas.
Hoje que os Elfos choram,
Distantes dos Portos Prometidos.
Nas ilhas onde restaram poucos deles
Com elegias, sonetos belos.
Já não há rosa que brilhe
Para agradar os olhos da Rainha Élfica.
Nem jóia que faça pagar
Os poemas que os Elfos já não recitam,
E que se perderam no esquecimento.
DORCHA, O ESPÍRITO DO VENTO
Quando o frio chegou do Norte
E as portas das casas foram fechadas,
Acenderam-se as lareiras dos castelos,
E os homens recitaram poesias antigas.
Eu vi, eu vi: - Dorcha, o espírito do vento
Caminhando na colina!
Usava um cachecol azulado,
E seus olhos eram acinzentados;
Suas barbas, tão brancas, desciam
Até os seus joelhos que mancava.
Ó, que nariz de águia belo,
Ó, que chapéu pontudo e negro na cabeça.
Levava um cajado de mago nas mãos,
E recitava alguns encantos esquecidos
Nas portas que não se abriam para ele.
Dorcha, o espírito do vento,
Veio do Norte, do Norte frio,
No tempo em que o Rei Belder, o Belo,
Em seu trono de Ouro maciço morreu.
Dorcha, o espírito do vento,
Veio com uma espada na cintura.
Veio com força e fúria,
Recitando antigos encantamentos esquecidos.
O MINOTAURO
Ó fera bovina,
Ó criatura que dá medo.
Quem não conhece
O teu coração que
Foi martelado em segredo
Por algum ferreiro esquecido
De dias antigos e terríveis?;
Quando dragões e gigantes
Assolavam as vilas dos homens,
E os Elfos viviam nas florestas.
Ó Minotauro,
Cabeça de touro, corpo de homem.
Suas lágrimas adoçaram
OS GRANDES LAGOS DE ÁGUA DOCE.
Porque choraste,
Ainda que ninguém escutasse,
Ainda que ninguém entendesse a sua dor.
A MOÇA E O CISNE
Ó dura cruz que carregamos de amor
Assim como ela, a mais bela que descrevo:
Cintura fina e escorregadia de peixe,
Poderiam dizer os pescadores
Que sua beleza era de uma Sirena,
A mais bela das sereias antigas.
E nas igrejas medievais, entre
Ídolos e padres pregoantes,
Seu vermelho cabelo poderia significar
Um pacto de bruxa com um bode flamejante.
Nada disso tinha, a bela Leda, a bela,
Aquela que foi perdidamente emboscada
Por um deus esquecido de longas barbas
Que na forma de um cisne
Repousou na lança do amor esquecido
Entre a ave e a donzela, entre a moça e o deus.
Ferbha, o Rei dos elfos
Ferbha foi um rei dos elfos;
Dele os elfos se lembram com tristeza:
Pois seu reino era justo e livre,
E perto do Mar era seu castelo formoso.
Sua espada era afiada e longa
Seu elmo brilhante era visto de longe pelos seus inimigos,
Pois era mais brilhante que as Estrelas do infinito.
Mas ele partiu sem destino além mar,
E onde ele está ninguém pode falar;
Pois a escuridão assolou o seu reino;
Em Aluin fica a morada de seus filhos,
Que dele já se esqueceram.
A BRUXA
Ó que beleza, que insondável
Beleza tens, ó feiticeira.
Oculta em seus cabelos vermelhos
Quando sua magia salta
E faz a neve descer do céu
Congelando a aldeia e os aldeões.
Que beleza, que insondável beleza,
A bruxa ergue sua varinha
E com um aceno apenas faz cair o fogo que consome criaturas e montanhas, e com outro acena transforma os castores falantes em pedra.
Ó que beleza, que insondável beleza,
A bruxa que tem voz tão agradável,
É na verdade uma deusa tenebrosa,
Envolta em enxofre e mistério.
Ó que beleza, que insondável beleza,
Ó tristeza, pois teremos que vencer
Essa criatura na fogueira!
A RAINHA FEITICEIRA
Como são belas suas ancas escuras
E como são escuras as madeixas
De teus seios que se elevam
E se arrebentam em meus olhos
Como uma onda pontuda me ferindo.
Ó feiticeira, feiticeira Negra,
És uma Petúnia Negra, uma escura
E celestial Rainha que sobe das
Águas africanas para me amar em
Beijos lamentosos e sinceros,
Com gemidos de agreste Amor de fogo e mel.
CHARLIE O CACHORRINHO
Charlie foi um cachorrinho
Que vivia correndo atrás do próprio rabo.
Quando viu a lua cheia
Bem grande estampada no céu
Pediu para o papai Noel que
O levasse até lá para a pagar.
Chegando lá Charlie se assustou
E um grande latido então no
Espaço sideral soou.
Ele viu uma cena nada engraçada,
Um grande Dragão com asas eriçadas,
Lutando contra Jorge em seu cavalo.
E Charlie correu para o ajudá-lo.
Mordeu a cauda do dragão rapidinho,
E a serpente enorme soltou um imenso gemido.
Jorge com um golpe o dragão acertou
E parabéns ao cachorro então o afanou.
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