domingo, 10 de junho de 2018

E cheguei ali


E cheguei ali, pelos bancos,
eu, o desesperado, cheguei,
sentei-me como sempre,
como sempre, feliz,
como sempre, triste.

Ai, quanto barulho
pelas esquinas selvagens, 
sem olhos.

Como vou descrever as coisas
se minha boca e a gargante
estavam seca? Como vou descrever
as coisas, se colocaram em minhas
mãos velas quentes e úmidas areias?

Não posso descrever nada
sem viajar para o litoral,
sem sentir a espuma das águas,
não posso descrever nada,
quando estou alimentado
pela terra desértica que me cerca.

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