quinta-feira, 7 de julho de 2016

diálogo

-Ouves minha voz de outono 
deslizando até o paraíso oculto
de tua boca de oliveira... 

-Ouves os passos do meu
caminho sem fim, meu rio,
minha solidão extrema, meu
chão de barro, de vinho, de azeite,
ouve, ouve, ouve a noite do meu
sorriso, ouve a luz das minhas 
lágrimas cinzentas...

-Ouves a sua alegria do sino do mar...

-Em teus olhos...

-Em minha boca...

-Ouves a melancolia voz do outono
sondo entre a porta e a mezuzá,
entre o castelo e a casa, entre o
rio e o oceano branco de lírios e nuvens.

-Não digas adeus sem motivo.

-Não me ames por desespero.

-Não me queira por conveniência.

-Não seja um sonho impreciso.

-Ouve...
-Ouves...
-Ouves...
-Apenas... 

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