sábado, 23 de maio de 2015

Amanheceu o rio dos teus olhos na clara manhã da tarde
E suavemente teu corpo se entrelaçou nas ondas do meu
Eras a noturna solitária e eu vagava dentro de teus braços
Ardíamos juntos como duas constelações cheias  de brasa

Eramos um só ser, unidos pela plenitude do espaço,
Abertos como uma flor desabrochada da primavera
Teu riso era o meu riso, teu leite era o meu beijo, e tu
Somente tu, carregavas dentro do delírio o amor sonolento

O único amor sonolento que não pode ser apagado,
Pois se reparte serenamente nas águas das lágrimas salgadas
Ó amor, ó noturna companheira da noite solitária, não vagues

Longe dos meus braços de terra, braços de terra molhada
Não me deixes sozinho dentro do quarto e do espelho
Vem amor, faz-me descansar nesse amanhecer puro do teu olhar

E então somente nesse momento
Seremos plenos de vida e de amor profundo.
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(foto: ilustrativa)

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