domingo, 11 de agosto de 2013

Ofereço meu poema


Ofereço meu poema
Como algo aberto.
Aberto em duas abas: à direita e a esquerda.
Caminhe entre uma e outra
Caminhe em alguma direção.
Ofereço meu poema aberto
O olhar dele é um sino e um martelo.
Os dois badalam e cortam o ar.
O sino soa pra alguém levantar
O martelo soa pra alguém afundar.
Afunda o martelo a cabeça achatada
Acorda o sino a cabeça já levantada.
Ofereço meu poema
Soando por soar. Soando como sino
Soando como se cortasse o ar.
Ofereço o soar do poema
Num ritmo que nem martelar
Um ritmo afundando
Um ritmo de martelar.
Ofereço meu poema
Ofereço-o assim: bem colocado
Como se fosse um peixe no anzol.
Não que meu poema fosse um raio de sol
Nem que fosse um raio de chuva: meu poema é a própria chuva.
Ofereço meu poema
Se ele estiver levantado
Sei que alguém estará deitado.
Ofereço meu poema
Não que ele tenha prestação. Se é uma emoção
Usá-la-ei não como um fato
Filtrarei o nato. Por que não o exato?
Ofereço meu poema
Queira olha-lo de qualquer lado
Mais ficarei bem mais alegre
Se olha-lo de uma direção nobre
Não para ver seu brilhar
Mais sim para tentar escutar
O cantar do olhado. Do poema
Visual e concretizado
Que é finalizado
E finalmente

Centralizado.

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