onde tudo está nada está
se encontra pronto ponto
enquanto procuram
re-procuram não procuram
e recomeçam o recomeço do
começo do mês
que meço peço repeço
impeço que peço não
meço desmeço peço repeço impeço que peço
na matinal manhã da noite
viva dia calma strela sol.
nesse recomeço
recomeçando recomeço medindo o metro
que não peço impeço
repeço e peço: mire só na
strela guia guiando guiará
que deus te guie porque
quem guiará é quem tem o
trajeto na cabeça e deixa
que não deixa e re-deixa
a gueixa japonesa um poema
inspirar de inspiração de
respiração de transpiração
um negro punhal
enfincando enfiado fincando na carne
misera miserável miséria
mistério miss quiero que quiero
e refuça e
fuçadesfuçarefuçadespuxapuxarepuxarespuxarespirando
trovador trovando e ai
passando no significando extenso da extensa palavra
não-rimada e rimável.
onde tudo está nada está se encontra pronto ponto
e repondo a repõe e põe e
despõe e quem foi que disse que não disse
y na trajetória fixa
fixou-se na folha no papel no branco no
azul prata negro verde
peixe passa prata ainda antes do ano
novo ano novo dia re-dia
redizia redigia re-me-via e queria
não me querendo
requerendo o novo onde tudo está nada está
que deus te guie porque o
guia tem que saber guiá para se salvar.
e fica preso nisso tudo o
que digo e não digo e que digo me digo
pronto ponto: está já
disse está já tudo está já disse dito.
II
isso não é um livro isso
já não é nada é apenas desfunções
rejunções que quiero
livre leve lebre livro leve isso não é um
one book is not is not
bright on live life is one libro isso é
não é se é quem é não é
de pé que é não der não deu se
deu não deu foi e deu que
deus te deu e se ele não deu dará
e se não dar não adianta
isso não é um livro é um livro quem
foi que disse que isso
não é um livro já que isso é um livro
não para ser lido ou
relido mais lido e relido e se lido for
relido não será lido
quero que seja um lindo lido e que seja
fixo a fixação da fixação
de um olho dentro fora dentro dentro
centro
lá de dentro quero que
seja um vento e não é coisa de gênio
e quero que você me diga
se não diga não diga me diga quem é
quem não vai dizer agora
a hora ahora não sou eu sou eu é você.
isso não é um livro foi o
que eu disse mais você não disse e eu ri
nisso tudo eu não entendi
nada mas nada é nada que é algo mesmo
assim eu já terei notado
que isso é coisa de otário e
você vai dizer pela
primeiríssima vez que
isso não é um livro é
uma mensagem para
não
ser lida e sim re-lida
quando não lida. diga: isso é ou não é
um livro
ou uma mandinga ou uma
siringa. quem disse que o agora o diga.
III
meu poema um despoema que
lema é a arena do poema que luta reluta
no invento do vento que
passa ex-cêntrico no centro do sem estar dentro
que fica por fora e fica
por dentro quando não se há luz reluz e seduz mais
alguém diz que o meu
poema é um despoema um quase-lema um não poema
assim o meu rigo faz
falta e me afasta na escuridão da lu(Z)minária
e um poema único
dimensionado em quatro partes: dipartequatrofaces e ninguém
a não o ego do eco que
quer escutar e trabalhar sem ninguém duvidar
na duvida do meu poema eu
começo um outro e refaço outro que é o mesmo
mesmo sendo o mesmo já é
outro que não sendo outro se torna outro de si mesmo: simesmosendo.
alaga meu livro o meu
livro se alaga nessas palavras que não são o livro são o poema do livro
que não existe (existo)
mesmo duplicado é o mesmo simesmosendo sendo a si mesmo não o sendo.
fita a flecha a rosa o
ser o pássaro a escultura o laço a cor do amor da dor do suor e fica inscrito
subscrito reescrito
descrito submetido sub-invertido dessa
luta com ternura e bravura que
é um descaminhar
caminhando pelo mar, pela areia branca e pela companha da desilusão terna
que não é eterna e sendo
quase mesmo certa é tão (a palavra certa é a palavra incerta?)
e nessa correção da
brancura safadeza safra a ninfa fauna passa no poema dilema esquema
e teorizo alguma coisa
que de novo se torna uma fórmula nova e desforma e reforma tudo de novo
o poema que é meu poema é
um breve bravo saco um despoema sacro.
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