quarta-feira, 1 de outubro de 2025

O Cântico de Manan e Saphira

O Cântico de Manan e Saphira


Manan, o Único, ao Poço chegou,

E ali Saphira dormia, o tempo parou.

Cabelos de chama, olhos de mar,

No sono da terra, em lume a brilhar.


“Vem, minha bela, comigo habitar,

No Reino do Norte, no céu a cantar.

O Reino Abençoado será teu lar,

E nunca a sombra nos poderá separar.”



¹ Manan, o Único, marchou solitário até o Poço eterno, onde as águas sussurravam segredos do primeiro dia. Ali, na penumbra profunda, viu deitada Saphira, a Bela, em sono sem fim, cercada de raízes antigas e névoas de mistério.

² Seus cabelos eram rubros como fogo em forja, seus olhos, ao despertar, verdes como o vidro do mar profundo. Nenhuma estrela no alto do céu, nenhuma lâmpada da lua, poderia brilhar mais que a chama de sua face.

³ E Manan a contemplou com temor e ternura, pois em seu coração nasceu um cântico novo, como rios rompendo gelo no alvorecer. Então ergueu sua voz clara, e o eco correu pelas cavernas e colinas, como trombeta no princípio do mundo.

⁴ “Ergue-te, Saphira, Chama e Luz! Vem comigo ao Reino do Céu do Norte, ao Reino Abençoado onde não há morte. Lá as montanhas são de Ouro e as manhãs não cessam de tão belas, e o vento sopra sempre suave sobre os vales sagrados.”

⁵ Assim falou o Único, e a terra tremeu em resposta, pois palavras de poder pesam como pedras sobre a trama do mundo. E no silêncio que se seguiu, Saphira abriu lentamente os olhos verdes, e o Poço eterno brilhou como uma coroa de esmeraldas.






¹ Manan, o Único, desceu à noite profunda, e o Poço eterno o chamou com vozes esquecidas.

² Nas margens do silêncio, Saphira, a Bela, jazia adormecida, como rosa em vidro de gelo.

³ Seus cabelos ardiam em rubro fulgor, suas pálpebras guardavam segredos de auroras antigas.

⁴ Os olhos, verdes como esmeraldas marinhas, sonhavam além do sono, sonhavam mundos por nascer.

⁵ Manan ergueu a mão, e o ar se fez canto, como harpa etérea tangida por dedos invisíveis.

⁶ Ele disse: “Vem comigo ao Reino do Céu do Norte, onde os dias não caem e a morte se curva.”

⁷ O vento estremeceu, e as pedras ecoaram, como se a própria terra esperasse a resposta dela.

⁸ No véu do Poço, um lampejo brilhou, ouro e jade, lembrança de eras imortais.

⁹ Então Saphia moveu-se, lenta como luar em lagoas, e abriu os olhos, verdes relâmpagos serenos.

¹⁰ Entre eles passou o pacto sem palavras, promessa selada em silêncio e chama.

¹¹ Pois o amor era coroa e destino, era espada e estrela, era reino e caminho.

¹² E o Reino Abençoado do Norte ergueu-se, invisível ainda, mas certo como aurora que não falha.



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