terça-feira, 11 de junho de 2019

O coração enferrujado



- ou carta para a vida -

Por algum tempo eu
Tive um sonho atordoante.
Sonhei com mariposas
Belas, coloridas, imensas,
Flutuantes como a pluma.
Dia-a-dia meu coração
Sofreu uma questão an
Tiga: lesado, eu me
Coloquei a disposição
Das nuvens do espaço.
Na verdade, meditei
Sabendo a resposta.

O céu congelado de estrelas
Se abria igual a um livro.
Segurando a caneta,
Desfrutei a felicidade
E contemplei minha alma
Voando livre, sem barulho.
Percebi que o coração
Estava enferrujado como
A máquina abandonada
No campo. Percebi que os
Homens eram meros trapos.
E odiei a agricultura com ódio.

Se eu soubesse que
Tudo seria assim quem
Sabe não teria me transformado
Eternamente em um cavalo?
Ou saltado pelo mar
Com escamas diversas,
Fugindo de tubarões
E lulas gigantescas?

Perdi o rumo como
Quem perde uma esponja.
E o coração enferrujado
Sentiu a dor de ser martelado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário