quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Pergaminho


-para elias canetti


Em cima da mesa
onde já não está sonho nem lua.
Com letras antigas e confusas,
semelhantes ao arcaico húngaro.
O vento passa por cima
da casa de madeira, sem
saber que o pobre velho poeta
tenta escrever à sua maneira,
suas sagradas besteiras.
Entre a mão e a caneta,
sob a luz do sol marinho,
chora amargo no Purim judaico
Mordechai com seu
pergaminho.


Avaí, Outubro / 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário