Prestai atenção
celestes ondas ocultas.
Darei uma volta
com o teu coração,
mar melancólico
de ondas abelhudas.
Prestai atenção,
os navios são
pássaros que não
cantam, e o mar
é uma ferida
do céu azul. vibrante.
Itanhaém tem sete
flechas puras em seus
morros grandes:
a boca de uma negra
rainha,
o sol ofuscante,
o cravo dos grilos
e os cemitérios das rãs.
Não durma, coração
quebrado de luz,
meu poço é o
tesouro dos meus tios.
Não durma coração,
que te faço uma
canção de flautas,
para que durmas
nessas praias
com as rochas do
amor.
Prestai atenção,
estrelas, loiros,
negras, japonesas,
prestai atenção
nos murros dessa
praia exótica
e hermética.
Enquanto palpita
o mar sua dança,
o peito crava no
coração a lágrima
da esperança.
Dorme, quieto e rente
a noite fria das
águas do mar.
Bacia estreita
dos mapas celestes.
O poeta se põe a cantar.
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