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Cercado da ingrata natureza madura
não vejo frutos diante de tantas folhas
e de tantas raízes profundas
que invadem a terra.
Não é o olhar da terra que chora,
são apenas lágrimas nos olhos dos
filhos dos homens
(feitos da mesma
terra divina e apocalíptica)
É o amor que faz isso?
O amor que nos carrega
em vales distantes, em pequenos
abismos onde o oceano não nos
alcança nunca?
Cercado da mais profunda tristeza,
do mais profundo bosque, da maré
do dia frio e gélido, onde as nuvens
brancas parecem gotas de orvalho
se consumindo dentro do meu pensamento.
Cercado de terra marrom, de chuva
espalhada por todos os cantos, norte e sul,
diante dos meus olhos...
E o vento vibrante consumindo-se em uma
música suave e clandestinamente suportável
dentro da flecha do dia errante.
Assim nascemos no dia que suavemente
se espalha em uma miragem de imagens,
sufocado intensamente,
cercado da ingrata
natureza madura
(foto: ilustrativa)
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