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Ali estava a canção
antes mesmo de o mar despertar.
Cada melodia se arremessava
indelicada e salgada
sob o mel ardente das areias.
Nos olhos marinhos das gaivotas
solitárias, a vida se contempla
sem ternura.
Não havia silêncio, nem suspiro,
tudo era um momento se encerrando,
reiniciado de tédio natural e lágrimas
de nuvens, vapores, fumaças aquáticas.
Antes que o mar despertasse
antes que a onda violenta
se arremessasse com fúria intranquila
abraçando a terra, corpo à corpo,
limpando-lhe a costa terrestre,
já podia se avistar a luz ardente
das imensas praias vazias
desabitada por fantasmas
desabitada de melancolia...
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