quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ST

SOLIDÃO TERRESTRE

Sem marés berrantes de cor solar,
sem o ritmo suspirante das espumas
agitadas do oceano,
sem o roncar clandestino
dos pelicanos vagabundos.
Assim é o ar da solidão terrestre,
repartida no meio do cosmo e da areia,
aprisionada dentro da luz das praias.
Sem relâmpagos marinhos, cheia de serenidade
da noite obscura.
Sem avistar o menor galope das ondas,
sem escutar as conversas do sal com a espuma suave,
que se arremessa sem compromissos nas areias
deixando sua existência no por-do-sol
mesmo que ninguém veja,
mesmo que ninguém entenda
a canção das marés imóveis. 

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