segunda-feira, 1 de junho de 2015

Vivendo a China pela internet



I

De manhã
              coberto de frio
e  de 
     fumaça,
passei as
            mãos
               pelas belas
                   cidades chinesas.

Tudo me parecia
camponês
e grande, imensa
industrialização.

Não havia guia para as
minhas mãos, para os meus olhos.

Não cantavam
para mim o
hino poético de
Kunming.

Em Yinchuan
não me ensinaram
as divisões territoriais
da grande muralha ou do

suspiro noturno
          do rio Huang.

Andei com as mãoscegas
até Qingyang;   

matematicamente





descobri,
    maravilhado,
à rota antiga da seda.

II

Não, não me ensinaram
sobre a China na escola:
não me ensinaram nada!
Lin Yutang foi o meu
primeiro professor de chinês.

Não compreendi a sua
metafísica sino-cristã,
mais seu espírito amoroso
adentrou com palavras sábias
até a minha alma de ocidental
cosmopolita.

Então fui aprendendo
sobre Su Tung Po, e as
raízes da nação de três
mil e tantos anos (ou até
mais) me abraçaram a
alma e me tocaram as folhas.


III
Me lembrei que certa vez
eu e um contador
descemos pela televisão
da sala às curvas sem 
misticismos glaciais do
Rio Yangtzé (talvez
quiséssemos chegar e
beijar as flores e a neve
budista do Tibete).

Cada parte da China
me parecia uma
imensa borboleta,
uma mariposa
coberta de vermelho e
                                          [marrom...


IV
Ó China, convida-me
a conhecer suas colinas,
lagos e sapos cantadores;

 

deixa-me conhecer as nuvens
chuvosas de Yiyang até as
fábricas de Xangai
ou a fronteira mística
de Manzhouli.

Espero ver 
as águas claras
e os navios metálicos
do golfo Bo.

E na noite de Pequim
escreverei para todas
as etnias da China
versos e cânticos do Brasil
para unir nossas
tristes alegrias!

 

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