terça-feira, 9 de junho de 2015

P.S. (poemas surrealistas)

POEMAS SURREALISTAS


Esse é o sol que nunca
aparece. Longe, tão longe,
camufla-se na lua,
forma eclipse (ou é apenas
uma mulata nua?).

De vez em quando aparece
zombando do outro sol:
são dois; são duas;

façam a conta, meninada
da escola; pois a lua é
apenas uma lâmpada
que tem um "gato" de energia.


II

A cada parágrafo do dia
nasce uma rima, um versículo,
uma pedra, um santo, um menino,
uma menina e um vestido branco.

Sei que não é da minha conta,
mais mesmo assim conto as
lágrimas dos rostos dos homens.

Ó parágrafo bíblico, ensinai-me
o amor amigo (aquele mesmo,
que o rabi Cristo ensinou-nos).


III

O sorriso dela
(semelhante a um
arame da cerca)
abriu-se como a lua
                                    na noite.

"My love dear, my dear
love"; alterou-se sua
linguagem portuguesa.  

E eu sorri para ela
"One kiss?  my little woman?"
-Ó sim, mais "aquilo", só depois 
                                                  de casada.



IV

Vi e ouvi aquilo
que eu gostaria de ser:

    -jamais astronauta
    -jamais calheiro
    -jamais carpinteiro.



V

Todas as coisas que 
eu canto são próprias
livres e tão minhas que
até me espanto: a manhã da
natureza, o som dos pássaros,
a poesia de Neruda, a areia
                                                das praias
(foto: ilustrativa) 

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