terça-feira, 2 de junho de 2015

O amor

Vi o amor e  o amor escondido na beira de um muro, de um tanque e  de  um painel escurecido de tanta iluminação e sinceridade.

O rosto dela, da primeira companheira, da primeira musa, era como uma cereja em cima da mesa da casa dos meus avós camponeses . 

Nunca vi um rosto tão claro, um rosto tão suave e delicado, um rosto misterioso, um rosto feito de porcelana chinesa.

Ela não era oriental.
Ela não era feita de cristal.
Ela não tinha lírios nem enfeites
nos olhos escuros de mel.

Não, ela não quis
que eu delicadamente
a chamasse de "minha abelhinha".

Eu, ela, todos viram
que o sol contemplou
nossos rostos juvenis e
inexperiente (talvez mais
eu do que ela).

Foi a primeira musa,
feita de relâmpago e de chuva.

A madeira escura e obscura
dos olhos amargosos dela
não me domaram no princípio.

Eu era a escuridão 
e ela
simples como um
por-do-sol no nordeste

era a iluminação,
o poste de luz que
ardia naquele vale
de casas, de ossos, de
gente, de seres minúsculos.

Vimos o amor juntos
como dois pavões unidos
de alegria.

E por fim amanheceu
na página do livro amarelado.
E cada um foi viver a sua vida.
(foto: ilustrativa)

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