sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

II- NÃO SE MATE

Menina, não se mate.
Pelos campos h´lírios tão belos
quanto os trajes do rei Salomão.
Não escute a voz do ódio, escute
O silêncio do seu próprio coração.

Arde esse silêncio,
e esse silêncio é que nos explicará
o nada do sofrimento e o tudo do amor profundo.

Menina, não se mate.
E deixa meu canto te curar para
que os assassinos que te rodeiam
morram primeiro antes do que eu,
antes do que minha voz de pelicano...

Não... Não... Não...
A morte é só um caminho
Que pode esperar mais um pouco...

Espere amiga, espere menina, espere
Porque o amor que bate ao redor do mar
É tão puro, tão suave quanto a brisa que galopa
do oceano para o meu rosto e para o teu...

Menina, não se mate.
Morreu meu orgulho, morreu meu medo,
morreu minha timidez, morreu meu trabalho
Só não morreu tu e a primavera
Só não morreu tu e o outono galopante.
Só não morreu tu e a brisa que golpeia meu peito
Só não morreu tu e minha amiga da distância
Só não morreu tu e o meu cadáver exposto aos poetas bêbados
Só não morreu tu e eu, porque tu é o fogo e eu sou a água
Tu é a paixão e eu sou o equílibrio.

O resto? Menina... esqueça os conselhos desse traste nojento, desse verme, desse homem que nada mais é que um ingrato invejador do teu amor... Não se mate: Ame.

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