Rindo como um sujeito
atravessando como um olhar
sentindo o fogo no lado esquerdo
o sangue não brota
simplesmente está
a jorrar. Jorra longe
levando o vermelho
do sangue puro do ser cortado
que chega aparecer mistério: sangue no chão
jorrado. Mais ou menos assim
me sinto
no momento desse escrever: vidro a vidro, bala a bala
não tenho mais nada que me conter.
Um sujeito que parece um martelo
atravesso os lados sem nada olhar.
Não vejo um rio, não vejo mar, só vejo nuvens a passar.
Devo me encantar? Devo me arriscar a me sentimentar?
Isso é o que me pergunto pouco a pouco
construíndo meu valo (que não existe e nem existirá).
Encontro na mão os olhos perdidos.
Não quero acabar meu cantar apenas para rimar com amar.
Isso talvez, alguns não entenderão (já não entendem quase nada)
por isso levo a canção feito vento
ou feito rajada intencionada.
E minha intenção é levar o meu ritmo
cortante, profundo
mais nesse corte
que ele esteja com total clareza
e acompanha o sangue que jorre: igual a correnteza que leve
levando, banhando, sonhando... enfim: tudo é real. Até a cor viva do jasmin.
Sendo assim posso não me preocupar nessas coisas
mais seria inabitável esse lugar: rocha ou pedra
ou deserto e mar. Isso eu tento encontrar.
Não consigo... vou improvisar
Nenhum comentário:
Postar um comentário