domingo, 22 de setembro de 2019
Amor sem esperança
Amor, amor meu,
Espelhinhos do mar
E sinos do céu que
Se vão pelas praias
Como caracóis e cogumelos.
Amor, amor meu,
Deixo a minha esperança
Nas mãos de um anjo
Com asas negras de almíscar
E olhos negros de petróleo.
Amor, amor meu,
Eu me vou para.voltar
Arrependido de cachorro,
Com os touros das dores
Na minha alma, com os chifres,
Com as luas me queimando as
Mãos, com os olhos em sombra
Por que Lorca, isso é assim?
Por que Ruben Dario? Por que Neruda?
Vão me deixar, amor meu,
Plantado em solidão com raízes fundas,
Árvore sem tronco, céu sem flecha
De arcanjo escuro,
Oh obscura voz daquilo que some.
Amor sem esperança,.prateado.
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