terça-feira, 30 de abril de 2019

As cores do infinito

AS CORES DO INFINITO




Poemas de Clive Pascowitch 



By G.A. Lima






Divisoes

1. As cores do infinito
2. A profundidade do vale dos gigantes
3. Onde a noite descansa





AS CORES DO INFINITO




AS CORES DO INFINITO


As cores do infinito

Têm decorado os meus
Sonhos. De branco está
O meu amor tingido,

De azul, meus desejos

Camuflados de vermelho,
Meus olhos profundos encaram
Os pés dos bosques que andam

E falam com vozes de suspirantes

Ventos. 
Olharemos tais cores como quem
Encara o infinito celeste.




AS MASMORRAS DOS TROLLS


Abre uma chave e então

De dentro espadas e ouro.
Veremos como os olhos
Olham as masmorras dos

Trolls.


Cinzento telhado, escuro,

Baixas grades, escadas
Sem muros, os espelhos
Escondem segredos ocultos.

Antigos escudos de batalhas

Passadas, eternos mapas
De grandes tesouros piratas,
Fontes perdidas, jóias escondidas.

"Menino humano, não toque

Jamais os tesouros dos dragões.
Nas masmorras dos trolls
Podemos tudo levar. Leve a espada branca
Até a lua do Rei Ismarrar'.




PERDIDO LUAR


Em que bosque oculto

A lua adormece como
Uma pedra ingrime?

Em que mar sem beleza

A lua se reflete nos olhos
Da rainha mais bela,
Seja humana ou elfa?

Em que espelho prateado

A lua se esconde de 
Espadas orcs, de homens
Tristes, vagantes lobisomens?

Em que rota perdida

A lua adormeceu carente,
Sem brilho envolvente,
Cansada e caída?



ALGUÉM ME DIGA PARA ONDE VAGO



Alguém me diga para onde vago

No meio da noite, sem rumo acertado.
Alguém me diga para onde vago
Por essas colinas frias, sem vida,
Onde os elfos não cantam ocultados.

Alguém me diga para onde vago

Por entre as moitas do céu estrelado.
Alguém me diga para onde vago
Em abismos profundos, barcos encalhados.
Mudamos o mar para mapas abstratos.

Alguém me diga para onde vago

Nos sonhos das fadas, delírios 
Do horizonte, quando cantaremos
Ao alcançarmos a verdadeira fonte.




VIAJANDO PARA O FIM DO MUNDO


Dentro de uma poça

Onde não existe leste, nem oeste,
Profundidade das coisas
Onde nasce os pergaminhos
Dos magos e das dríades.
Para o fim do mundo
Vamos tu e eu, errantes
Cavaleiros, caçadores
De dragões e minotouros.





AS FORJAS DOS ANÕES


A mais nobre arte

Dos pais anões do norte
Forjando diamantes
Coroados em cetros
De ouro.

As forjas dos anões

Antigas e místicas.
Cavernosos são
De metais pálidos
Sem vida.




A PROFUNDIDADE DO VALE DOS GIGANTES



A PROFUNDIDADE DO VALE DOS GIGANTES


Eis o vale dos gigantes

Cercado por luas tão grandes.
São suspirantes os gigantes,
E usam casacos elegantes.
Eis o vale dos gigantes
Grandes como elefantes.
Marretas pesadas empunham
E não usam botas protuberantes.



O CÃO DE TRÊS CABEÇAS


Para um cão de três cabeças

A morte é  uma porta trágica.
Guardiões do submundo
Dormem com sua cauda,
Serpentina de ilusões.
Decifrando um animal
Que como três não se
Submete a um dono: 
Muitas folhas tem uma
Árvore, e muitos sonhos
O cachorro de três cabeças.




O PRISIONEIRO DO MAR


Do seu nome fiz uma

Manta coberta de ondas.
Profundidade dos destinos
Clarão da escuridão.

Meditei na areia a silhueta

Da bela sereia, que como
Arcanja ditava guerras
Nos beijos vermelhos da

Cereja.


Prisioneiro de tuas mãos

O mar se fez como um elfo.
Ergueu suas flechas e sua
Espada com estrelas azuis.

Sem correntes me vi

No fundo das algas,
Toquei o chão e vi um
Imenso gigante adormecido.

Ali deixei meu coração

Para as ninfas subaquáticas.
E para não voltar a terra
Me fiz prisioneiro das belas fadas.





O GALHO MÁGICO


Naquela árvore de

Folhas semi enterradas
Quebrei um galho,
Um galho mágico
Que em ouro tudo
O que tocava transformava.
Me fiz rei, de cetro em punho,
Manta dourada e pesada.
Coloquei coroa de mil marfins,
E banheiro de dourado
A minha bela espada.
E então a morte zombando
De tudo e todos, trouxe o pó
Das azeitonas e perguntou a
Minha alma quebrada:
Tudo o que reluz é ouro,
Rei do galho mágico?
Mas o fim é mais belo
Que o começo. Vem 
Tocar meu ouro das
Tumbas daqueles galhos.




A ASA DO DRAGÃO CINZENTO


Para a minha Páscoa

Trouxeram os homens
Uma asa de dragão
Acinzentada de inúmeras
Batalhas.

Que beleza estranha

E que pó continha
A fera de fogo jazido
Hoje sem serventia.

Em cima da lança

Daquele guerreiro sem nome
Tombou o dragão cinzento
Hoje relegado ao eterno

Esquecimento.




O ELMO 


O elmo, aquele

Objeto de proteção,
Sem serventia
Aos novos tempos
Que um dia foram
Substituídos por
Luzes, debaixo
Das asas de um
Grifo.





ONDE A NOITE DESCANSA


ONDE A NOITE DESCANSA


Onde a noite descansa

Perto do coração noturno.
Onde lendas antigas são
Lágrimas, onde o mundo
É apenas um sonho.



PARTIREMOS


Partiremos como

Um sábio convertido
Ensinando a magia antiga
Para as folhas frias dos
Campos.
Com os gnomos
Dos jardins iremos
Fábular com as ninfas,
Dançaremos com os
Faunos de manchas
De vinho nos cascos,
E por aí iremos, pois
No sol e na lua dançaremos.
Partiremos,
Partiremos.



CHEGAMOS

Chegamos as praias
As praias tão belas.
Chegamos ao Oeste
Profundo e distante.

Ali ficou nossa vida
Ali ficou nossa morte.
Outros mares contemplam
Nossos sonhos.

Chegamos e não 
Iremos partir.
Aqui viveremos
Chegamos ao fim.



AOS OLHOS

A cima de nós 

Estrelas e fadas.

Em cosmo aberto
Dançantes e cantantes.

Cavaleiros, 
Não existe mais nada.



O IMORTAL

Pela noite medita
O Imortal dos caminhos.
A meia noite sua memória se perde
Intranquila nos sonhos ocultos.
Uma lua sem rosto captura
Todas as fases da cidade aberta,
Sussurrantes pensamentos dos vales
Dissolvem as lembranças eternas.
E todas as suas perguntas em
Divisões desaparecem.
Cada caminho que ultrapassou
Pulsa como um tambor fatídico,
E através das cavernas tão escuras

Ali eternamente repousou sua voz
Triste Imortal.



NOS PORTOS ÉLFICOS

O cavaleiro vinha para os Portos Élficos
Esvaziando o seu coração de seu sonho mortal.
Os ventos acordaram as ondas
Que bailavam pelo ar.

Nossas mãos estão descoloridas,
Nossos pensamentos estão soltos,
Nossos peitos estão arfantes,
Nossos braços estão acenando,
Nossos lábios estão entreabertos;


O cavaleiro está seguindo 
Velozmente entre noites e dias,
Para nos Portos Élficos repousar.

Venha,

Venha para cá.
Venha,
Vamos navegar.



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