Não, não é o amor que está morto,
nós é que morremos, nós estamos mortos,
não tu, não eu, não nós, mas nós no fundo
dentro de algo que não pode ser profundo
mais que mesmo assim se torna uma coisa
que grita: o amor não está morto,
e quem morreu? somos nós a cada dia?
morremos em cada onda? em cada sol?
o sol morre em cada dia em cada onda?
e cada onda morre em cada dia em cada sol?
e se não morremos agora iremos morrer quando?
e se não quisermos morrermos, poderemos
apenas nos deitar como as pedras nos rios
e como raízes iremos levantar do mar os nossos sonhos
enquanto o rio ri sozinho para os pássaros
e o amor grita para os corvos:
-não estou morto!
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