Chão, moreno e liso
estão cantando as oliveiras,
e as populações, chinesas,
todos, o oceano, chão,
quer te tocar, como uvas
submergidas, não sei quando,
estão cantando as oliveiras,
e as populações, chinesas,
todos, o oceano, chão,
quer te tocar, como uvas
submergidas, não sei quando,
como ondas sem limites,
como vento, como neve,
chão, moreno e liso.
como vento, como neve,
chão, moreno e liso.
E vejo em ti, chão,
transparente, a medusa,
a cola, a morte que ronda
o mar com foices, chão,
meu belo, meu belo chão,
meu amigo, descalço ou com
sapatos sujos, rostos,
como as baratas,
como as lombrigas,
chão, tu, somente você,
sim, você morre
como o mar,
e beija as espigas.
transparente, a medusa,
a cola, a morte que ronda
o mar com foices, chão,
meu belo, meu belo chão,
meu amigo, descalço ou com
sapatos sujos, rostos,
como as baratas,
como as lombrigas,
chão, tu, somente você,
sim, você morre
como o mar,
e beija as espigas.
Chão severo!
Onde coloco minhas
mãos de labirintos?
Eu, como uma aranha,
só sei tecer versos,
Onde coloco minhas
mãos de labirintos?
Eu, como uma aranha,
só sei tecer versos,
Que olhos tens,
com sua bandeira,
com o seu dia,
com sua raiz, com seu muro,
com o seu beijo, com o seu pranto,
com o seu fugitivo,
com sua ganancia,
com sua uva que é uma mulher
deitada em ti comigo, como, estupendo objeto do grafito,
como, escória maravilhosa,
chão, moreno, belo, lindo.
com sua bandeira,
com o seu dia,
com sua raiz, com seu muro,
com o seu beijo, com o seu pranto,
com o seu fugitivo,
com sua ganancia,
com sua uva que é uma mulher
deitada em ti comigo, como, estupendo objeto do grafito,
como, escória maravilhosa,
chão, moreno, belo, lindo.
Como se move em ti,
chão, essa cidade,
esse rio, aquela pedra,
o oceano, eu poderia
cantar Adamantina, Lucélia, Inúbia Paulista,
eu poderia sim, abrir em ti, chão, esse asfalto, e celebrar as pedras redondas que choram pelo Cristo, ou quem sabe, com dedos de mel, compor o bosque de novo na folha, e descongelar os peixes, e ver que em ti está o granito,
o diamante, assim como está a terra amarela, vermelha, a cor negra do chorume, chão amigo.
chão, essa cidade,
esse rio, aquela pedra,
o oceano, eu poderia
cantar Adamantina, Lucélia, Inúbia Paulista,
eu poderia sim, abrir em ti, chão, esse asfalto, e celebrar as pedras redondas que choram pelo Cristo, ou quem sabe, com dedos de mel, compor o bosque de novo na folha, e descongelar os peixes, e ver que em ti está o granito,
o diamante, assim como está a terra amarela, vermelha, a cor negra do chorume, chão amigo.
Bravo,
chão
amigo.
Te toco como uma abelha brava, e no pão do seu trigo me movo como um murro, e construo a ti minha casa, e me cerco de tijolos e pedras, letra sem horas, caminho por caminho, tronco por tronco, te vejo, chão amigo, a amar meus pés, a beijar os pés de todos, folha por folha, movendo as raízes, beijando-as, cercando-as, suavíssimo, elegante, uma só lição nos dá, porque és humilde e simples, chão, moreno, liso.
chão
amigo.
Te toco como uma abelha brava, e no pão do seu trigo me movo como um murro, e construo a ti minha casa, e me cerco de tijolos e pedras, letra sem horas, caminho por caminho, tronco por tronco, te vejo, chão amigo, a amar meus pés, a beijar os pés de todos, folha por folha, movendo as raízes, beijando-as, cercando-as, suavíssimo, elegante, uma só lição nos dá, porque és humilde e simples, chão, moreno, liso.
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