quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Quando eu vi


Vi Guarulhos,
e fazia frio.
Foi no ano dois mil e dezessete.
Ah, como era linda,
lindo as luzes dessa cidade,
pareciam me convidar a ser tigre,
a ser leão,
cada buraco, cada favela,
cada igreja, não vi tantas,
Guarulhos é uma cidade
que cabe dentro do meu coração,
uma cidade que tem um arco,
e tem um rio que segue para
algum lugar, acho que para o mar,
Guarulhos me pareceu um pouco
fria por causa do tempo,
da janela eu via os aviões,
e o frio nos meus olhos me dava
a saudade de algo que não posso
não consigo contar, não sei de saudade de Deus,
ou da minha casa, não sei se saudade da morte,
ou da vida, porque tudo isso estava em Guarulhos,
Guarulhos parecia suportar qualquer coisa,
as pessoas saqueando as lojas, as autoridades
sem saberem distinguir um tecido árabe,
os jovens sem rumo fundo seus cachimbo,
eu não encontrei a paz, nem o céu,
não há porque encontrar essas coisas
nesse mundo decaído e víl,
mais eu te encontrei, Guarulhos,
e te amei, pra sempre.

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