domingo, 23 de outubro de 2016

A cigana e o cavaleiro

A cigana e o cavaleiro

(interpretação de canção anônima)



Andaluzia, séc. vii


Cigana: Nas mãos a carta
desvenda, o símbolo
astral, a sina figurada.
Em tua canção atada
com pequenos caranguejos.

Cavaleiro: Agora que já não durmo;
nem os meus olhos se fecham;
ando com a força do pulso, segurando
nas rédeas do meu cavalo.
Para onde fujo, que não veja,
a luz desses raios negros em
teus cabelos amarelos?

Cigana: Ó cavaleiro; cinzenta
é a nuvem que deságua
da tempestade!

Cavaleiro: Ó cigana; que instrumento
aliviaria o meu amor,
por teus cabelos, quase-u'na flor?

Cigana: Nas mãos a carta
desvenda, o símbolo
astral, a sina figurada.
Em tua canção atada
com pequenos caranguejos.

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