sábado, 1 de novembro de 2014

O mapa da América

E de chofre abri o mapa em cima da mesa
e encontrei encravado ali o teu nome, America do Sul.
Saltavas para fora, assombrosa, cheia de nomes, 
de índios, de imensa quantidade de flora, de fauna,
de fabulosos rios, idiomas secretos e belíssimas mariposas.

E invoquei o teu nome das sombras das nações, América!
E como um conquistador, fiz-me filho de suas raízes e de suas águas.

Pródigo suspirei: América, como Neruda um dia fez, não te invoco em vão.

E diante do mapa cartográfico
aprendi tuas línguas, línguas sibilinas para os preguiçosos.
Percorri então, com os meus olhos, 
a vossa magnífica nudez, 
coloquei a mão no vosso imenso pampa,
subi até as prodigiosas esculturas de 
Chichén Iztá.

Mergulhei fundo, profundamente,
estive em tuas cordilheiras
e acampei diante do céu azul-claríssimo de minha imensa pátria.
E invoquei o teu nome, América Latina, SAUDOSO de ouvir teu grito de rebeldia.

E de longe me olhavas
e serena 
a noite em ti
dormia.
!

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