Não se assuste, caro amigo, com o meu sermão
Que não é pior do que o do Cristo
Que quer arrancar os olhos e
Até mesmo lhe tirar a mão.
Pousou em mim com algum minutos de atraso
O sentimento de querer se entregar.
Não que eu não conheça essa palavra: "amar".
Só o atraso dela iria muitas coisas me explicar.
Olho por olho, já dizia a lei.
O por que desse mundo? Talvez!
Não que me passe a vez,
Feliz é o que eu seria se eu
Entendesse o que é ser um ente,
E não ser o que sou: esse ser doente.
Se tiver algum problema
Com minha alma ou o meu ser,
Nenhuma cerveja ingrata, nem
Mesmo o conhecer do "fuder",
Me mostraria o real do aqui presente ter.
E ruge dentro da caverna oca
A voz de um idiota acompanhado,
Dizendo que ser-humano nenhum é
Real, de facto!
E ver-outro sendo o que não sou...
Ah, Deuses malditos que reinam acima
Que querem de mim? O mesmo do Cristo?
Fazer do homem (selvagem, animal que é)
Uma bela obra de carnificina (com que pensamentos me defender?).
Por favor, eu vou para o banco
Escutar os pastores da igreja (como
São tolas, pobres ovelhas, que já
Sabem que é o matadouro que nos
Festeja).
Mas...
Não se assuste, caro amigo, com o meu sermão
Que não é pior do que o do Cristo
Que quer arrancar os olhos e
Até mesmo lhe tirar a mão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário