domingo, 2 de março de 2014

Agora meu corpo chora a inveja crucial


Agora meu corpo chora essa inveja crucial
De ser feliz sem alma no cosmo solto.
Ah, se o infeliz que sofreu o aborto,
Soubesse que sou eu que vivo todo esse estorvo.

Não que falte a alguém uma alegria qualquer,
Constante seria não ser homem, nem mesmo ser mulher.
Seria ser além de deuses, ou santos. Sem sacrifício, arreliaria como eu:
Ser como o próprio Cristo.

Pois assim como a imagem embala o morto,
Não sobra nem para os vermes seus ossos.
Todos os que vivem choram o mesmo choro...

Pobre não seria o abutre antes de partir dessa dimensão,
Antes ele rói todas as tripas, devora todas as vísceras (seja
O rim, seja o coração). Chora essa inveja crucial o ego que me acompanha...

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