Se me chamas coalho, nobre donzela, escuto
Com palavras respondo-te: sou triste, agudo!
Porém sua beleza, mágia do absurdo, é
Apenas tinturaria: sua cara é um produto.
Se me chamas caolho, caolho aceito ser,
Porque me vale de do mundo me esconder
Se sei que vou voltar aqui ali te ver e condizer
Que de tudo que eu escuto nada me pode mais me doer
De saber que a beleza é isso, apenas eu escuto
O meu coração com total estreiteza. Caolho? Ó, dá-me paciência.
Coisa pior seria se me chamasse de "poeta da doença".
Me chamas-te caolho, caolho aceito ser, porque eu te vejo
Com esses olhos, e sei o que pensas sem saber que pensas.
Só respondo-te com total ciência, para dizer: que há em ti
de Inteligência?
Pobre é quem me chama "caolho",
Que vive é de aparência. Por que ser o que eu sou
Assim: vértebra em opulência, me sorrio com meus olhos
Sou assim, pobre resposta é a que te entrego: imensa é a sua demência!
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