terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Em plena vontade de dizer algo


Em plena vontade de dizer algo
Nada salta nas linhas invisíveis do meu ser.
E isso que me devora por dentro
"Essa dor na alma" (e eu já ri
quando escutei essas palavras)
Me devorando como se... como se eu
Estivesse querendo saltar no infinito
Que não vejo, que não sinto.

Me devora por dentro essa saudade
E o meu berro é um eco (um eco
que se apaga, como uma palavra
numa folha recém-rabiscada).
Estou na duvida se continuo
a existir, ou se simplesmente
não existo: afinal, nem sequer sou poeira.

E aqui estou eu, pleno de símbolos tolos
De livros que leio, de palavras que devoro...
Eu preciso apenas sentir a vida
Mais continuo sendo esse vivo-morto.

Não me importo nem com o horário (são três e trinta e um)
Versifico o que me pula como um sapo,
e se apenas explico o que são esses saltos
eu temor e exemplifico: são confessares!

E se isso o que eu dito não explico
Eu fico apenas pleno de minha consciência:
dizer não me digo, apenas vivo (não sei se isso minto).

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