quinta-feira, 15 de maio de 2025

Soneto do Efebo no Século IX



Ó jovem de olhar que a noite ilumina,  

Teus laços são versos no vento a dançar,  

Como o jardim que a primavera afina,  

Teu riso é mel que os poetas vão cantar.  

Na taça do tempo, teu nome resplandece,  

Mais doce que o vinho, mais puro que o orvalho,  

Teus cabelos são sombras que o sol escurece,  

Tua boca, um segredo no véu do trabalho.  


Os bardos do deserto, em louvor tecido,  

Tecem harpas de prata, tecem teu louvor,  

Pois és o eterno mito, sempre vivido,  

Flor que não murcha, perfume de amor.  

Mas no fim, efebo, és sonho ou mentira?  

Só a lua responde, fria e suspira.

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