sábado, 28 de dezembro de 2024

poemas de um gabiru azul

 


 
JUDAÍSMO DA ALMA INTERNA
Fui
sem
  nenhuma
idéia:
então,
me nasci poeta.
E deitei
ao pé de
uma árvore árabe,
e me
fiz pintor das cores.
Lá longe,
mar e rio,
meu coração dormiu.
E eu,
dentro de um sol.
Abri um livro:
que paraíso lindo!


POEMA DE UM DESTERRADO
Adeus,
ainda não nasci,
já morri.
Adeus,
ainda não morri,
já cresci.
Adeus,
vou embora
para a Bahia,
estou cansado
desse Brasil...


SONHAR
Isso que escrevi
vou deixar para outro alguém.
Espero que as páginas
fiquem amareladas pelas
lágrimas de amor que derramarei
(sem te ter).


CARTA
Escrevi muita poesia, 
ANTIGAMENTE...
hoje me restou
o silêncio.
E para isso de novo
te escrevo, amor.


SAUDADE
A NEGRA LABAREDA DA ALEGRIA
EM CASA FEITA DE MADEIRA,
ALCANÇAMOS LUZ EM MEIO A RUÍNAS,
GOZO PELO DESEJO DO ESPÍRITO.

O MUNDO ACABADO EM LIVRO,
ATÉ O FINAL DO CÉU ABERTO EM MIM,
POUSAREMOS SOBRE A MOITA,
INSIGNIFICANTES JUIZOS DA TERRA.

ESTAÇÕES DE CHUVA E A CASA
E TODOS OS LOBOS UIVAVAM JUNTOS,
DEPOIS OLHAR O PRIMEIRO AMOR
QUE TIVEMOS E ME BASTOU: AMAR É 

PERMANECER COM VOCÊ PARA SEMPRE.
A GRADE DO SONO E O SOL RAIOU.
ALMOFADA NA CABEÇA E A POESIA
A NEGRA LABAREDA DA ALEGRIA.


SOLIDÃO SENSUAL
Não deixo o mar falar por mim
mesmo que as palavras doam.
Deixo ali morrerem as ondas 
dentro do meu coração
e o cantar das gaivotas 
ainda em mim soam.

Veja: o céu é o mar de cima,
e o mar, é o céu de baixo.
Vejo estrelas nos olhos
de alguém que amei outrora,
e hoje já nem me recorda...

O mar... esse cacau azulado!
O mar é um pano feito de ondas,
bailando, bailando em ritmo
de um galopar sinistro.
O mundo é frio. E o mar sabe.

O mar está ali, e eu estou aqui,
longe, longe da alma e do corpo.
Quem sou eu, Deus meu, que estou
aqui sozinho, rodeado por tantos?


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