COISAS DA QUAL ME ACONTECERAM
crônica
Fui lavar a louça de casa, e deixei todos os pratos e copos caírem no chão. Por sorte o cachorro não quis lamber os cacos de vidros espatifados. Não, eu não sou bom em lavar louça.
Tentei varrer a casa.
Ah, é verdade, eu juro que tentei.
Primeiro, quando minha mão encostou na vassoura, consegui quebrar o cabo dela ao meio. Varri, varri e varri, e depois que varri toda a poeira da sala, do quarto, do banheiro e da cozinha, joguei o pó pra fora da casa.
O vento não quis saber do meu trabalho duro, e fez questão de assoprar o pó de volta para dentro de cada lugar de onde havia sido tirado, da sala, do quarto, do banheiro e da cozinha.
Tentei limpar a janela do quarto, que é de vidro, e tem belas cortinas amarelas. Depois que passei o detergente e removi cada centímetro de sujeira na janela um pombo com sua mira certeira fez uma bela cagada (ou seria uma obra de arte da natureza?) na janela.
Tentei fazer o jantar para surpreender minha esposa, que estava no trabalho (e eu estava no meu dia de folga). Quando ela chegou, seus berros em forma de ópera acordaram metade do condomínio, do bairro, do país, do mundo.
Eu tinha queimado todas as penelas dela. E, o pior de tudo, deixei a louça suja.
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