sexta-feira, 5 de março de 2021

Soneto da perda

 Soneto da perda

Eu vi, - e eu sei que vi - a perda.
Mesmo em folhas, morte, pedras.
Olhei para o outro lado das eras,
E meditei de novo sobre a perda.
Foi o vaso que foi quebrado?
A moeda atirada na boca de um peixe?
Perda, aço duro de forte feixe.
Perda, o último e belo e triste brado!
A mim mesmo não me queixo de perder.
Não há mistério algum em entender
Que o que se perde não é nosso.
Pode ser forte essas palavras, sem esconder
O rosto que pode chorar para se fazer
Belo, como foi o Vosso.

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