OS FAUNOS DANÇAM SOBRE O LUAR
& OUTROS POEMAS MEDIEVAIS
ESCRITOS POR
G.A. LIMA
...o paraíso perdido é onde está o nosso coração feliz...
G.A. LIMA
ECO DO AMOR
para ISABEL GARCIA DE ATAIDE LIMA,
meu AMOR e meu CORAÇÃO!
Ela é a Flor que a Primavera Venera,
Ela é a Manhã que surge atrás da Névoa.
Ela é a Lua que canta junto ao Lobo,
Ela é a Aurora Esverdeada no Campo agreste.
Ela é a lembrança mais feliz do Coração,
Ela é a Vontade, a Inteligência, a Compaixão.
Ela é o Mar que pinga na sua voz de temporal,
Ela é a felicidade das Folhas da Árvore Outonal.
Ela é o Espaço aberto cheio de Reinos e estrelas.
Ela é a Musa, a Única Rosa do Jardim do Paraíso.
O FAUNO
para C.S. Lewis,
com reverência e dívida!
Ah!
Então foi ele quem compôs o Paraíso?
Usando a flauta e o chá servido
Às cinco!
Velho Fauno de pernas de bodes,
caminhando na floresta nevada de fadas.
Carrega nas mãos uma sombrinha
para abrir quando a chuva do meio-dia
tocar seus olhinhos fechados.
Fauno, velho fauno,
cabelos dourados e encaracolados.
Não assustas as fadas quando
toca sua flauta mágica?
O fauno se levanta da
pedra na frente de sua casa
na caverna mais bela.
Ergue seus olhos e admira o por-do-sol.
Chegou o tempo do sonho e da canção!
A ESPERANÇA
Abriram os olhos do
gigante de gelo que estava sentado
no muro feito de luar.
Chamai os elfos para
o expulsar.
Cavaleiros, eis naquele
caminho distante da lua
uma flor, uma rocha,
e um dragão de cauda dura.
Não temai!
Óh asas abertas da esperança!
Dançam na noite uma
linda elfa de ruivas
tranças.
Óh asas abertas da
esperança!
Flechas e sinos
expulsam o dragão.
O PLANETA
Há algo silencioso nesse planeta
de mil estrelas entalhadas de cobre.
Sei que os anjos aqui pisaram,
e vejo por onde os gigantes guerrearam.
Longe de mim não ter visto esse lugar
antes da sua triste ruina.
Quem cegou seus reis com ganâncias,
ódio, malignas feridas?
Bravo foram os olhos de quem conseguiu
chegar nesse triste frio.
Ovelhas não dormem mais aqui no chão
largado e frio de pedras rochosas e frias.
Ei, esse planeta tem a marca de
uma antiga e nobre raça que já não existe. Ei, aqueles que viveram aqui não amaram!
Que pena!
AS FADAS NA COLINA
Eu estive andando nas estradas das colinas,
Onde brilhavam os olhos das pequenas fadas
Voavam sabres de luz, cinzentos mantos,
O ar estava cheio de asas,
E os chifres dos Minotauro com os Duendes encantados que cantavam.
Devo ir até eles com
O meu pequeno lampião,
Tecendo antigas canções que alcancem bons
Corações?
O POETA
… e não digam que eu não cantei com a alma dos anjos…
Eu gostaria de me lembrar daquele nome,
onde a sinceridade
e o acorde vital se
fundiam em frases.
Fogo e água,
ele provou, segurando
o papel e o livro
com às duas mãos
que o Eterno lhe
entregou.
Quis compor uma folha,
e assim fez.
— Colocou nela uma
bela fada,
e ali uma floresta
ofertou para as criaturas
da noite.
Enquanto fumava cachimbo e jogava dominó com os
bispos na paróquia,
ele viu os centauros
caminhando de mãos
dadas com as dríades dos
carvalhos.
Sim, o seu nome se
desfez, quando a morte
tocou-lhe os olhos.
Meia-noite, quando
as fadas da floresta
já não podiam mais
ser vistas,
quando os lobos
se transformavam
em sombras.
OS FAUNOS DANÇAM SOBRE O LUAR
Estavamos enre a luz e a escuridão
Quando começou a soar a canção.
No céu adentrou o luar prateado.
Os nossos olhos viram admirados:
Os faunos dançavam sobre o luar!
Com as mãos segurando as ninfas do bosque.
Pés e chifres eles têm de bodes!
Como dançãm os bravios faunos…
Havia na floresta uma bela mesa!
Sombreada pelas melhores coisas:
Uvas verdes, vinho escuro, cerveja!
Manteiga, pão e chá.
Olhem! Olhem! Os faunos:
Estão a dançar na direção do luar!
Com as belas ninfas nas mãos.
Dançam e rodopiam na escuridão!
O PORTÃO DOS TROLLS
Além do tempo e da vida
Silhueta perdida e antiga:
Eis o portão dos trolls
Mercados, casas, ruas.
Aquele que adentra esse lugar
Sabe que verá muitas criaturas:
Dragões de seis braços, orcs armados,
Figuras de vampiros, sátiros, monstros
Seres do além, Máquinas de ferro que
Respiram.
Eis o portão dos trolls
Onde mercadores gritam
Suas vozes obscuras
De lobisomens famintos,
De velhas e maldosas bruxas.
A SERPENTE DO MAR
Atravessando as águas do fim do mundo
Onde é mais belo o horizonte divino de nuvens,
Podemos ver com os olhos arregalados,
Imenso prazer, Se a imaginação cooperar:
A Serpente do Mar atravessando as ondas
De espumas fortes!
A embarcação que levava a mercadoria
Nas mãos de homens rudes, perversos,
Sem coração,
Se viu de frente com a corpulência
Avermelhada e verde do escamoso ser.
Gritou a voz rouca e covarde do comandante:
— Serpente do Mar, quem vais levar?
Aquele que viu os imensos olhos sem pálpebras,
Pesadelos com outras criaturas teve.
Não esqueceu o horror dos imensos dentes brancos,
Quando o comandante da embarcação foi devorado
Pela língua vermelha da Serpente do Mar,
Que dando meia-volta ao navio,
Partiu-o ao meio como um brinquedo de papel.
Foi a Serpente do Mar para outras direções,
Entrelaçada por estrelas, gritos, vozes, emoções.
Seu imenso corpo nas profundezas das águas
Procurará voltar ao Mar quando em névoa
Ecoar novamente a silhueta dos anjos e dos demonios
Quando entrarem de novo no Reino das Guerras.
EU VI A MARAVILHOSA MAGIA
Antes que os dias entrassem em decadência,
antes que o ser humano esquecesse o nome de todos os Elfos,
Sozinho adentrei no Bosque das Antigas Eras,
E fui levado por uma linda fada que tocou minha imaginação, dizendo:
— Para onde vais irá se maravilhar!
E com a alma gritando eu me acendi por dentro!
A estrada era silenciosa e as árvores batiam palma
para os alegres faunos e sátiros que com ninfas e dríadas formosas
dançavam sobre o luar que ardia como uma tocha incendiada de amor.
Foi então que se aproximou de mim uma linda feiticeira,
as ancas envoltas em sedas macias, verdes,
o nariz delicado de porcelana arrebitada,
os cabelos avermelhados como tocha quente acesa de um vulcão.
Seu perfume de cereja incendiava o ar como um encantamento antigo,
e assim como a fada ela me tomou pela mão.
— Venha, meu querido, adentre o mundo impenetrável aos Mortais !
As estrelas se ergueram em reverencia a sua voz,
e os animais começaram a entoar louvores em antigas línguas.
Foi então que apareceu na minha frente
a Maravilhosa Magia Antiga.
Como são indescritiveis seus olhos,
assim como não posso descrever os olhos da Feiticeira.
Então, para sempre me embrulhei de uma manta de mistérios,
Onde eu recordo os nomes de todos os mais belos Elfos.
EU ME EMBEBEDO DE MITOLOGIAS
Se o meu nome é Vazio, eu rodeio o cosmo
Com esse imenso prato que se chama Morte.
Silêncio: eu sou o último e o primeiro,
E ninguém poderá silenciar os meus ossos.
Vós que tendes medo, vinde habitai comigo
Na escuridão das montanhas do Norte Antigo.
Sabei que fui eu quem queimou os antigos segredos
Das fadas que se foram em mil labirintos.
POEMAS OUTONAIS
Escrevi muitos poemas para o Outono,
Garranchos que nem os Espíritos
Poderiam ler.
Jurei pela noite que eu seria aquele
Que decifraria o mistério do viver.
Por que corroborei minha alma
Para compor versos para essa inútil
Palavra?
Amor, peço como teu humilde verso
Que vás com a minha espada para
O extremo norte, frio e distante,
E grite o meu nome: Outono, tu
És como uma truta prateada
Que se tornou como a mulher desejada
Entre delírios insones,
Indo-se para bem longe do meu coração
Flamejante de folha e tronco.
Ninharias eu comporia nesses dias,
Se os meus olhos frios de mau-poeta
Não estivessem vivos agora pelo Oculto
Da verdadeira Magia.
Cintila em mim, Versos corroídos.
Jurarei com as mãos para os céus:
Meus poemas outonais serão queimados
Como um dia foi o Sonho do meu Fauno.
O DRAGÃO DO NORTE E O GUERREIRO DO OESTE
Noites ocultas e estreladas coroam o céu frio como um rio de prata.
Sons de asas e galopes atravessam o ar como flechas lançadas em
Direções extremas dos céus. Como são belos os loiros alvos Élficos
Que levam no coração a espada da imortalidade e a vida em meditação.
Oculto como a sombra de uma criatura sem nome se vê aparecendo
Pelo espelhado céu de nuvens duas asas de morcegos, a Serpente do
Desespero, trajando a tocha do terrível e tenebroso tinir dos trovões:
O Dragão do Norte se levanta veloz e forte.
Ó furia de devorar as donzelas que gritam em desespero nas aldeias,
Pedidos de socorro são lançados ao céus que se vê em silêncio.
O Dragão destrói sem discernimento a beleza das catedrais,
E o grito das aldeias são os ecos do fogo melodioso de suas mandíbulas.
Vem até o Norte! Até o Norte, vêm! GUERREIRO,
Que o Oeste de ventos carrega o seu nome como um mantra.
Eis, aí vem o Belo Bardo! Trajando sua malha de ferro,
Levando nas mãos uma espada do mais fino e duro aço.
Vem até o Norte! Até o Norte, vêm! GUERREIRO,
Que o Dragão do Norte com ira e fumaça abocanha
Sem dó nem piedade, os velhos, as mulheres, as crianças,
E os mais valorosos homens fugiram como ovelhas desgarradas.
O galope da noite é fria, enquanto a Luz e o Fogo do Dragão
Comovem o rei, faz sofrer as damas da corte, queimando as
Mais belas florestas com seu fogo em tocha ardente, rindo,
Derramando sua fala em mil provocações, o Dragão sorri, maldosamente.
Vem até o Norte! Até o Norte, vêm! Guerreiro,
Montado em seu belo cavalo cinzento (que é na verdade uma égua),
Na mão a espada cintilante e, o escudo flamejante.
Nas costas o machado que irá degolar a vil fera.
O Homem-da-Lua devia estar dormindo para não ter visto o conflito,
Quando o cavaleiro com a sua armadura , com a sua espada desembainhada
Em fúria, avançou contra a maldita criatura.
Véus de fogo, escudo em cima da cabeça.
Tombou a fera como se tombaria um tronco de carvalho.
Mil vivas! Mil palmas, celebrando o Guerreiro do Oeste.
Infelizmente não resistiu para os homens a celebração.
O Guerreiro tombou, como a fera, ao chão!
A MAGIA OCULTA
O tempo não quis ver o meu rosto,
Mesmo que pensei sordidamente que
Era apenas uma mariposa.
O tempo não quis me ver.
Minha barba cresceu como
A barba de um fauno do rio.
Noites severas castigaram
Os meus chifres serenos.
Por causa de um segredo
Tive que me alimentar de
Uvas bravas por mil anos.
Séculos e séculos não procuraram
O meu nome nos livros.
Justamente eu, aquele que
Dizia verdades com o Espírito.
Cavalguei triste com as mãos segurando
As celas do cavalo invisivel,
E gotas de névoa nas árvores perfumadas
Me diziam: _ Vejam as abelhas como trabalham
Contentes para sobreviver.
Calvaguei triste, e adormeci no gramado.
Uma bela fada nua com os seios de maça
Me trouxe na mão esquerda uma lua de avelã,
E na mão direita um sol verde como
Uma colina com mil frutos.
Me disse a bela criatura:
— Sou a única que podes te ensinar
A magia oculta das eras antigas.
— Seria eu — perguntei encabulado, enquanto ela me coroava.. — O receptor de tal dom
Sem que entenda a linguagem das fadas?
— Diante das montanhas e da natureza,
Dos deuses do campo e dos bosque s — ela disse, com a voz embargada. — Te dou
A coroa das fadas, para que vejas os Abismos e as Fontes!
Desperto como se dentro de um espelho,
A noite me coroava como príncipe dos duendes.
No meio da testa morena uma estrela prateada
Pulsava como uma truta de ferro e ouro.
Levantando a cabeça do gramado molhado
Olhando no bosque mil elfos e duendes dançavam.
As fadas sem roupas nuas pareciam estrelas cadentes,
E os faunos tilintavam sinos de ouro reluzentes.
Quando a memória tentou se aproximar deles
Desapareceram como a chuva que brilha de manhã.
O tempo apagou as marcas de seus pés,
Suas mãos não estavam mais nos carvalhos tombados.
Meu rosto ficou envelhecido como um mago.
E tudo ficou esquecido no baú da
Magia Oculta de outrora.
CANÇÃO DO REINO DAS FADAS
Mantas e olhos e milhares de ondas
Marcam o sol e a lua em horizontes;
Heróis que as harpas cantaram
Já não cantam como cantavam.
Magos erguem seus cajados sem mares,
Donzelas dignas de canto coroam o Sol.
Heróis e Dragões batalham nas Aldeias.
Reis riem seus risos de horror.
Abramos as portas com os Escudos.
Guerreiros mortos e seus cavalos somem.
Orcs sussuram seus horrores como reis.
Nobres antigos nas velas do Mar.
Abrem as portas, os olhos da Serpente
Caída no chão, sempre lamentações ou lembranças.
Eis o dragão atacando um guerreiro furioso.
As fadas com harpas cantam, enquanto elfas donzelas dançam!
OS ELFOS
Pequenos Elfos nas Colinas
Sorriem para mim e para as nuvens.
Olhem, como são belos e altos,
Olhem, como se parecem com os anjos.
Dormem de dia até a noite
Quando a lua cheia aparece.
Dançam com os tambores,
Harpas acompanham o ritmo.
Sentado na cadeira de balanço
Velho Maggot escuta o canto.
"Quando fui jovem eu dancei
com as elfas. Foi um espanto!"
Vem a chuva alegre como um rio,
O vento balança as folhas das árvores.
Os elfos riem, gargalha, erguem seus
Copos de ouro e saúdam o Primeiro:
— Salve, Heliel, Filho de Holtiel, aquele que fez os Chifres de Ouro!
Por isso a noite prossegue como uma prece antiga.
As árvores batem palmas, as belas ninfas sorriem.
Elfos e Elfas dançam coroados pelas estrelas.
Velho Maggot antes de adormecer
Bebe seu café com leite, come seu pão com salsicha.
Sorri embebecido pela beleza dos Céus:
"Quem me dera, danças de novo, com as belas Elfas!"
VISITA
As belas fadas das Ilhas Antigas vieram até a minha casa
Humilde e pequena, feita de madeira,
Para me dizer que minhas barbas brancas de Merlin
Eram as dádivas da Morte, para os meus poemas.
Encolhi meus pés e minhas mãos como um sultão,
Tecendo lágrimas como Aranhas que me visitavam
Para me acompanhar no choro e na madrugada:
Não durmas, poeta, que hoje vais rever as belas fadas.
Mantos que não podem me aquecer, que as Fadas
Pudessem derreter as Estrelas Cadentes nos meus Olhos.
Aqueles que esperam o Amor de Cupído o recebem como
Uma Carta viva e quente, de Fogo Puro.
Depois que viram os meus olhos, as Fadas se despediram,
Novamente voltaram para as Ilhas Antigas. Só como uma folha
Entre a Espada e A Caneta fiz um belo poemas para ela.
Dizia em voz aberta: Era uma vez belas fadas, lindas elfas...
O GATO DE BOTAS
Velejando para além de Espanhas, vai astuto o Gato de Botas, de pelos eriçados.
Ruivo como uma borboleta vermelha, O Gato de Botas no navio
Em direção à terras estranhas, onde o Ouro é como os rios,
Tricota com suas unhas afiadas alguns poemas (como diria ele, sem Dilemas).
Capitão de Barba-negra chega até o Gato de Botas no convés.
"Diga-me, felino: para onde morreram os seus bons menestréis?"
Isso é pergunta para que se faça a um gato?
Gato de Botas responde com voz de conde:
"Não devo satisfação da minha vida, Mesmo que fosses um Bom Capitão",
Respira o gato como que travesso, e continua, "Sou um bom marinheiro,
Mesmo sendo gato, se me jogas ao mar não caio de quadro.
Dou volta por cima, amarrado a duas tartarugas eu nado".
Chegou são a salvo o Gato de Botas, num bote pequeno,
Do navio expulsado pelo Barba-negra, chegou até o litoral.
Onde escutou o maldoso capitão dizer-lhe: "Vê que gato
Tem sete vidas!" E deu para o Gato de Botas uma xícara de leite.
O LEÃO APARECE
Vermelho Leão das Preces Verdadeiras
Percorrendo os Pergaminhos que Voam
Longe das Velhas Mãos Pequenas.
Olhos que te viram Ousaram
Esperar o Ataque na Estalagem.
Juba e Dentes como Jardins e Delírios.
Ausente ficaram os nossos Amores antigos.
Janelas e Ossos repousam em Jarros.
Tu que ousaste destruir Reinos e Reis.
Leão: percorres para longe com as Patas,
Passando por Pessoas e por Palavras.
Agil animal, és aquele que sente o Sentimento.
SE EU PARTO, SEM SEUS OLHOS ME VEREM NO COSMO DIVINO
...A vida é como uma moeda, você pode gastá-la da maneira que desejar, mas só pode gastá-la uma vez...
• Miquel De Cervantes
Manchas negras aparecem no céu, entrelaçadas de planetas, girando, girando,
Me negando o nome, a promessa, a redenção e a divindade de algo que seja divino.
Seguindo o caminho de outros homens, dragões vermelhos percorrem os suspiros,
Tragando a fumaça do cachimbo para que o Amor se espelhe em um único Ser.
Eros, vem ao teu socorro, Ela que dorme no Travesseiro de Pedras de Júpiter.
O céu enevoado de estrelas parece supor algo grandioso, Uma Explosão Serena
De Palavras. Uma única palavra que pode ter tecido as coisas incompreensíveis.
Amigos, não me lembro disso. Tudo o que me sobrou foi a lembrança disto.
Aqueles que como Os Antigos tentaram escrever a melhor poesia entenderam
Que é muito mais fácil descrever o Luar da Tristeza do que o Sol da Alegria.
Amigos, não me lembro disso. Tudo o que me sobrou foi a lembrança disto.
Quebrou a taça de vidro nas mãos de Freyja, que deu um único suspiro.
Os vales e os montes saíram do lugar como um lobo tentando agarrar a Lua.
Skathi vem me visitar no tempo do verão, refrescando o meu coração pálido.
"Vós que libertou dos gigantes a pequena Freyja. Pegue na minhão o martelo de Thor".
Amigos, não me lembro disso. Tudo o que me sobrou foi a lembrança disto.
Deitei-me de bruços como um terrível Jötunn tentando agarrar o Sol com as mãos
Peludas e grandes. Deitei-me para ver se eu esquecia o rosto branco de trigo.
Suspirei para que Skathi me ajudasse a escalar os Vales de Ossos Secos, onde o meu coração
Era apenas uma montanha cheia de aflições e lembranças.
Suspirei para que as Musas do Olímpio me trouxessem uma garrafa de vinho,
Baco soube que minhas tranças não eram mais de Fauno, e que os meus chifres
Tinham sido arrancados pelos Ventos dos Espíritos dos deuses que usam Elmos com Chifres.
Amigos, não me lembro disso. Tudo o que me sobrou foi a lembrança disto.
Não posso olhar para as coisas antigas, nem posso virar meu rosto para aquela direção
Onde a condição dizia que Orfeu perderia o seu Preciso Manto, caso olhasse para trás.
Naquele bosque cheio de flores tristes e murchas, vi seu rosto belo, Echo chorava
Por seu amado afogado em seu próprio e rídiculo reflexo. Até o rio zombou de tal.
Amigos, não me lembro disso. Tudo o que me sobrou foi a lembrança disto.
Vejam como ali na clareia da floresta ainda estão as Ninfas cobertas de flores.
Elas cobrem seus seios fartos com estrelas, e suas nádegas com os rios e as florestas verdes.
Do mar que é vizinho de seus olhos, como garotas felizes e muito bem belas, elas chegam.
Amigos, não me lembro disso. Tudo o que me sobrou foi a lembrança disto.
Freyja e Skathi partiram para o Belo e Extremo Norte dos Mundos. Jurei para elas que
SE EU PARTO, SEM SEUS OLHOS ME VEREM NO COSMO DIVINO
Não serei mais o Homem que cantou aquela tarde. Então morrerei congelado. Amém.
Canção do Coração no Dia Frio
Chegou o dia frio nas águas do meu coração,
Peço as Musas do Céu que venham a me inspirar
Nas selvas amorosas da Canção.
Chegou o dia frio nas águas do meu coração.
Chegou o dia frio, e eu não quero partir.
Posso morar em longinquos portos,
Até mesmo dentro de um jarro de água.
Chegou o dia frio, e eu não quero partir.
Mãos e pés sentem o forte frio, embora
A chuva coroe a grama como uma rainha,
Meu coração magoado de fadas e elfos
Caminha entre o verde e o branco resplandecente.
Não deixaremos que a glacial primavera
Fique para fora de nossas casas,
Que entre o vento e o contentamento
Em nossos chalés nas montanhas.
Não precisam bater na porta,
O chá já está posto para o Inverno.
Chegou o dia frio nas águas do meu coração.
Chegou o dia frio, e eu não quero partir.
O GRANDE ALCE-IRLANDÊS
Óh! Minha querida Jeanne,
Quis ele me derrotar por espadas.
Me persegue, me persegue,
Morrerei então insone?
Carrega como Baco
Nas costas, a Lúxuria.
Os olhos sombrios assustam
Os marinheiros que se afogaram.
O Grande Alce-irlândes,
Fúria e fogo tem nos montes.
Seus cascos são ligeiros e seu
Som são a foice das Mortes.
ELE PERCORRE A IRLANDA
Sonhei com o Alce-gigante da Irlanda
Temendo seus chifres de fogo prateados
Que clarevam brutamente o Bosque
Enegrecido da Noite.
Seis olhos vermelhos, sem pálpebras,
Enfeitando a cara do Alce-gigante da Irlanda
Furiosa Criatura que percorre sem rastros
Belfast e Dublin em chamas de Magias Ocultas.
Os cascos duros que leva pela noite
Seu obscuro galope de criatura noturna
A assustar as pessoas que dançam, bebem e dão-se em casamento.
Égide de cascos duros, pela noite espanta as gentes.
Quando a noite espectral se consome de Luzes e Aves, e Vozes e Aberturas,
O corpo gigante tece como uma terrível aranha seu casulo de pó, Nobre e Antigo,
Tornando em pedra esperando cegamente pelo cessar do seu castigo.
O REINO DAS FADAS
Ali está o Reino das Fadas:
Belo e cheio de Mágia.
Como se erguem as Montanhas Frias
e os Bosques Escuros cheios de Fadinhas.
Ali está o Reino das Fadas!
Lugar onde descansa os
Dragões do Norte e os Gigantes de Gelo,
As harpias e os grifos, e muitas criaturas mágicas.
Vinde, jovens e velhos,
Sejam feliz aqui nesse lugar
Onde a Batalha é Eterna,
Onde os sonhos se encerram para nunca mais.
BALADA DAS FADAS
Vem aos montes, Belas Fadas,
Onde estou, segurando uma flor vermelha.
Vem aos montes, Belas Fadas,
Carregadas de perfumes de velhos bosques.
Vem aos montes, Beladas Fadas,
Minhas lágrimas tingirão de vermelho os rios.
Vem aos montes, Belas Fadas,
Mares distantes com Serpentes Gigantes estão ao longe.
Vem aos montes, Belas Fadas,
O Navegante repousa o seu corpo na Ilha Adormecida.
Vem aos montes, Belas Fadas,
Despertemos as estátutas que o Dragão ousou encantar.
Vem aos montes, Belas Fadas,
As estrelas caem do céu para ver-nos no Amor.
O DEUS DO RIO
Abramos os olhos e veremos os pássaros,
Fechemos os olhos, e veremos o deus do Rio.
Profundo como um cacto, suas águas
Banham os seios das dríadas que se vão.
Abramos os olhos e veremos as nuvens,
Fechemos os olhos, e veremos o deus do Rio.
Suas mãos seguram o tridente de fogo
Que as águas molhadas não podem apagar, jamais!
O SORRISO DA NINFA
Viu o enigmático sorriso
Quando o Sol deslizou até a Espada.
O significado da canção
Não diz mais nada para os ouvidos Humanso.
Ouçam atrás das árvores: o Vento está tocando
O rosto da belza Ninfa, que sorri de pé para as folhas.
Um fauno acena para ela com um rosto ousado.
Lindas fadas coroam sua cabeça. Seus véus de
Virgem foram fielmente rasgados.
O FAUNO ESTÁ FALANDO
Lembro-me que tenho nomes
Velhos e antigos.
Nomes que só o Vento e as Árvores
Conseguem se lembrar.
Nomes que só as Pedras e os Animais
Ousam recordar.
Ando pela floresta em silêncio,
Como se eu fosse um Monstro Cego.
Meus passos são suaves como a noite.
Tenho chifres como mantos.
Olhos brancos tenho e minha voz
Pode assustar os
Incautos.
O PARAÍSO DESTRUÍDO
Adentro os sentimentos mais profundos
Sem entender nada que se passa à minha volta.
Deus em silêncio observa minha desgraça
Me lembrando que outros também sofrem.
Levanto meus olhos para cima,
Respiro o ar das estrelas distantes.
Enquanto medito com raiva, minha fé
Se torna uma miragem de iluminadas fadas.
O meu grito ecoa na direção do nada.
Gritos de guerras, ofensas, blasfemias.
O mundo oferece a Deus o caos predileto
Para que seus olhos Eterno contemplem
O sofrimento de seus filhos, que pecam.
Ai, de mim, que sonhei com sete paraísos,
Todos destruídos pela fúria do terrível Pan.
Pan, gostaria de perguntar se em teu sangue
Ecoa as veias ardentes da Verde Serpente?
Agora pereço e morro, atropelado pelo silêncio.
Ouçam todos, porque Deus abandonou-nos.
Carente, teço a minha esperança no nada do céu.
Suspiro entre mitos antigos, e tristemente rasgo o meu belo véu.
O AMOR É UMA ESTRELA QUE ME QUEIMA
para Isabel Garcia de Ataide Lima, Meu Amor que me Salvou das Trevas
O amor é uma estrela que me queima
Incendiando a noite com mil tochas divinas.
Francamente, acho que a paixão engraça!
Os Homens usam o Amor como espadas.
Adormeci no teu colo de Musa.
Vi em teu rosto a mais bela das Fadas.
Ouvi uma voz na floresta, confusa
Que cantava Belos contos de fadas.
No colo do Amor tranquilamente adormeci,
Despertei com uma indomável tranquilidade.
Nos seus braços élficos amadureci.
Na sua boca ouvi a voz da divindade.
O Amor é uma Estrela que me Queima
Nos seus braçõs de amorosa magia
Onde encontro no chão e na teima
Seu amor ETERNO que me sacia.
O VELHO DRAGÃO
Velho dragão em tesouro deitado,
Sonhando com guerras e guerreiros mortos.
Lambe a prata e cheira o ouro,
No leito escuro descansa em seu tesouro.
De olhos abertos e boca fechada
Levanta a cabeça, abre a asa,
Na escuridão observa o Brilho do Ferro,
Dos antigos guerreiros, dos Altos Elfos.
Sua chama se ergue vermelha e negra,
Ataca em silêncio, devora os guerreiros.
Seus dentes são espadas, sua cauda um chicote,
E leva para a sua caverna o Ouro e o Cobre.
O fogo se ergue até a floresta,
Muitas criaturas correm com pressa.
O dragão ri e zomba dos elfos:
"Sou a fúria das Montanhas!
O Fogo Eterno da Floresta!
Sou Aquele que Mata e Devora sem Pressa".
Belo Rei Elfo, de Barbas bem longas,
Se levanta do trono, empunhando a Espada.
Contra o dragão levanta a Bandeira,
E ergue na caverna muitas tranqueiras.
O dragão como uma sombra também se levanta,
As asas erguidas, a boca escancarada,
Recebe na língua uma saraivada de flechas.
Com todas na boca ele soltou a fumaça
Cegando os elfos que o atacam com brilhantes armas.
O Belo Rei elfo não o teme
E com um golpe de espada o dragão deitado geme,
As asas se encurvam, seus pés estremecem,
As mãos se afligem, seus olhos enlouquecem e fecham.
Dentro de sua pele o ferro da espada ardeu.
O Belo Rei elfo então bradou em grande voz:
— Óh dragão velho! de chamas obscuras,
Ladrão de tesouros, assassino dos elfos.
Agora seu ouro para mim passará,
Pois suas chamas não mais arderá.
O dragão furioso mais uma vez atacou,
Contra o Rei elfo um fogo lançou.
Queimando o seu rosto, mordendo sua perna,
Antes de morrer o dragão se vingou,
Com unha grande e negra o Rei apunhalou.
Houve um Rei Elfo nos velhos tempos de outrora,
Que foi belo como a primavera e o outono.
De muitas riquezas antigas era ele o dono.
Matou o dragão, vingou sua ferida,
Mas a maldição da fera no ouro entrou na sua vida.
Sua pele amarelou como gema de ovo,
Os olhos desejavam apenas a luz da prata e do ouro.
Delirava de noite, sonhando com muitos ladrões,
Que levavam seu tesouro para muitas direções.
Até a Amada Rainha dos Elfos, que como a manhã era parecia,
O rei na sua loucura a Espada golpeou em sua barriga.
Muitos dos seus súditos partiram para além do Mar, abandonando Nathórid.
A loucura do Rei foi cantada em versos e prosas.
Em leito de ouro o Rei se findou,
Sua pele em cinzas se transformou.
A bela Espada com o tempo enferrujou,
Suas vestes reais foram devoradas pelas traças.
Seu nome não foi lembrado, pois não deixou herdeiro.
No Mundo da Morte o Velho Dragão isso viu,
Sorrindo triunfante e zombateiro.
O CRUCIFICADO FALA
... o que chamamos de começo geralmente é o fim. E terminar é começar. O fim é de onde começamos...
TS Eliot
Meus olhos estavam
Nas grandes alturas do Céu.
Minhas mãos podiam tocar
As águas húmidas das nuvens,
Mesmo que o meu coração disse-se:
— Não, não se improte com isso.
Você não pertence a esse mundo.
Continue, continue subindo !
Observem esse labirinto, o jardim de jasmins
Onde nos angústiamos até a aurora arder,
Com Ventos que não podiam tocar as paredes de pérolas.
A chama viva do coração deu a idéia,
Porque o mecanismo da criação
Engendrou-se nos homens; para isso,
O segredo foi revelado, não aos sábios;
Nem as sociedades secretas;
Mas meu Pai as revelava para mim,
Aquele pequeno, humilde,
Segurando o martelo, o machado, com as mãos,
Segurando os pregos e as pedras,
Para erguer entre os homens
A voz sublime, o sentimento
De algo angelical, grandioso e agrádavel.
Me prenderam na escuridão ao lado dele,
Por isso não temi as trevas.
Chamei calmamente seu nome númerico,
Recebendo a resposta músical da memória:
— Somos um só, aqui; tu e eu, eu e tu!
As nossas mãos levantamos lentamente,
Partilhamos a cera do mel de abelha; com as mãos,
Abrimos as chaves amorosas,
Cantando na misteriosa linguagem da criação.
Não durma, ecooou no vazio, escutei atento,
Respirei e vigiei para não cair,
Muito ele falou sobre as tentações, dizendo:
"Não chegues perto da Glória da Luz,
Porque nem tudo o oque reluz é ouro.
Não cobices a beleza azul do céu caído,
Muitas flechas por ele foi tombada.
Com nossas mãos seremos erguidos,
Todos verão levantando do chão
Os filhos dos homens acima de suas cabeças.
Como a galinha, poe-te debaixo das asas,
Onde penas de pássaros diversos
No azul caído pesados serão,
No falso ouro celeste
Suas mantas se derreterão."
Livres da prisão, em outra me puseram,
Meu sangue derramei na bacia,
Minha voz foi ouvida de cima. Gritei de dor.
O Conselho do sábio não escutei,
Aquele que me cubriu de penas
Me viu percorrendo os mapas celestes.
A ursa para mim urrou, do escorpião
Meu corpo se desvincilhou.
Toquei o ouro com as mãos (todos me viram),
Antes de me afogar no mar Egeu.
BALADA DE MALIN, O FERREIRO-ANÃO
...nem todos os que vagueiam estão perdidos...
J. R. R. Tolkien
Malin foi outrora um Anão
Que de todas as obras de artesão
Entendia, com grande sabedoria
O ouro labutava todo dia.
Para o Rei dos Anões Cinzentos
Constriu grandes monumentos.
A Coroa de Prata ao Rei forjou,
E um cetro de ouro lhe entalhou.
Para o Norte partiu, até as Montanhas Amarelas,
Percorrendo terras de gentes singelas.
Ali nas Montanhas outro Rei-anão encontrou,
Coroa de ouro a ele mostrou.
Acendeu o coração do Rei por moedas,
E outra vez Malin trabalhou suas peças.
A mão sem descanso grande Portão construiu,
De leste a oeste ele cingiu
Portas de bronzes, colunas de ferro,
Furioso batia seu velho martelo.
Malin ouviu terrível berro
Que subiu das Portas até o teto.
Nove anões que do Norte chegavam
Correndo e bufando se apressavam.
Traziam notícias terríveis ao Rei:
Um grade dragão do leste vindo
Aos sons de uivos doídos ao ouvido.
Se aproximava das terras do Rei,
Com ódio e cobiça a Serpente incendiava
Florestas imensas, sem temer ferro de espada.
Malin, o Anão, zombou de tal fera,
"Será ela capaz de abrir meu Portão?
Com aço talhado de Fogo Pagão?
Nem os Elfos da Velha-Era
Abririam o que as minhas mãos fizeram.
Nem suas magias, que Outrora deram
Contra muitos Reinos de Homens, que já não existem."
Chegou o dragão com muito desdém,
Queimando o Portão e a Muralha acima.
Malin com o seu corpo na muralha desliza,
Observa o dragão em Porta escondida.
A fera levanta com fúria as chamas,
Bate e soca a Porta formosa.
Malin contra a fera atira uma flecha,
Ferindo a escama da fera ardilosa.
A fera se ergue e jura vingança.
Fugindo de volta para a sua caverna.
O Rei para Malin uma espada entrega,
Consagra-o Cavaleiro, com muitas honras.
Malin como o Grande-anão guerreiro,
A outros ensina seu ofício certeiro.
Portão dos Ferreiros Anões, assim é chamada
As Portas do Reino nas Montanhas Amarelas.
Malin nos seus dias finais
Até Nathórid levou os seus pés.
Aos elfos do norte entregou um Anel
Que podia fazer ventar e chover.
Sanumê, o Velho, a ele transportou em um navio,
Além do Mar de Nathórid.
Ninguém sabe se ao morrer
Malin sorriu ou riu!
BALADA CRAVADA NO OURO
Olhamos, ambos, para o Bosque Sagrado,
Estrelas brilhantes Harpas sonoras tocavam.
Minha voz gostaria de ali ter repousado,
Porém, o Vento forte, as Portas fechavam.
Elfa alta e esbelta com as mãos dizia
Que a luz do luar tudo iluminava e tornava belo.
Com o coração saltado as Portas eu abria
Do mais belo Castelo!
Fadas dançavam pela noite,
Música e beleza na minha alma agitava.
Até que tudo findou à meia-noite.
Para onde foram as elfas que de mim cuidava?
O Bosque Sagrado tornou-se meu açoite.
No silêncio dos sonhos novamente eu bradava.
DA VIAGEM DE CELIM, O ALVO
Salve, Celim, o Alvo, de todos os Elfos do Oeste
Aquele que Portava a Luz dos Imortais,
Aquele que guiou o seu povo para longe de Daírith-Emetin,
Antes que as Serpentes de Fogo chegassem,
Antes que as Maldições de Morgrë, o Desleal, se abatesse
Sobre as Ilhas e a Assolassem com Fogo, Ódio, Fúria!
Celim, o Alvo, filho de Farim, veio de antiga linhagem real,
Com o Barco de Velas reluzentes, embarcou o seu povo leal
Até chegarem as Praias de Nathórid, terras onde os Homens
Viviam, caçam, cantavam e colhiam já há muitas eras (e também, os homens
Morriam, pois esse sempre foi o seu destino).
Celim, o Alvo, muitos conselhos aos homens deu,
Por muitas terras vagou, ao Sul e ao Norte ele andou.
O seu povo por ele conheceu os Sete Povos que na
Terra de Phogoniat em irmandade de paz viviam:
Os Centauros que observam as estrelas do céu,
Os Homens mortais que montam em cavalos,
Os Faunos bravios que se alimentam de uvas,
As Ninfas belas que protegem as florestas,
Os Anões profundos das Montanhas de Ouro,
As Árvores falantes das Terras Ermas,
Os pequenos Pins-pins, que em tocas se deitam.
Na Terra de Nathórid, Celim construiu sua morada,
Junto de sábios ferreiros Elfos construiu Portos Alvos,
Com barcos de Prata que para longe navegam.
Seus filhos foram Eretin e Eratai,
Eretin ao Norte enficou sua bandeira
Quando lutou com terríveis gigantes e cruéis serpentes.
Eratai para o Sul levou suas botas amarelas,
Entre o Golfo de Karobe e a Floresta Pequena.
Grandes reinos nasceram da semente de Celim, o Alvo,
Que sua esposa, a bela Elfa Nadhienna deu a ele.
Nas Ilhas do Oeste ela foi esteril, sem vida,
Mas nas Terras do Leste nasceu-lhe suas duas heranças.
Celim para os Portos Alvos com ela residiu.
Antes que as Trevas escurecessem o seu coração.
Sua música soava para o Mar, com grande desejo.
Os Imortais ouviram sua voz e a responderam.
Celim, o Alvo, com navio de madeira antiga
Subiu pelas estrelas, entre nuvens e planetas.
Não foi visto por mais ninguém. E assim deixou
Para o Mundo seus Portos e seus descendentes.
PROCURANDO SINAIS DE MAGIA
-para roald dahl
Quando Samantha colocou a mão no fogo e a retirou mais do que depressa, Shan esboçou um sorriso cruel no rosto.
"Eu não disse que você não aguentaria", ele disse. "Cale essa boca", ela retrucou. "Eu não tirei a mão do fogo por causa do calor.
Shan não escondeu o sarcasmo dessa vez: "Não foi ? E por que motivo tirou a mão?
"Eu senti uma ferroada", ela respondeu. "De início foi uma pontada leve, como se alguém estivesse enfiando uma agulha na minha mão. Depois aumentou. Parecia um escorpião me ferroando".
"Não seja boba, Samantha", disse Shan. "Não há escorpiões por aqui nessas épocas. E se tivesse, o tio Morgan já teria comido uns vinte, desde que se transformou em lobisomem".
"Você fala como se entendesse muito do assunto. Você é só um tonto Shan. Só isso. Sempre foi, e sempre será apenas um tonto, um mero bruxo de quinta categoria".
Shan gargalhou.
"Você não precisa ficar brava, Samantha. Só porque não puxou o lado sobenatural da família".
Samantha estendeu a sua mão na frente dos olhos de Shan. Como sua pele era a de uma pessoa escadinava, parecia um papel fino e branco. No entant,o uma pigmentação vermelha formava uma espécie de mancha na palma da sua mão, uma mancha sememalhnte a um filhote de dragão cuspindo fogo.
"Quem sabe isso não é um sinal?", perguntou Samantha afoita, "eu não senti o calor do fogo na minha mão. E se ele tivesse me queimado, ela inteira estaria vermelha, e não só aí nessa parte".
Shan era um bruxo, assim como seu pai. Eles descendiam de uma família muito antiga, que remonta até os magos escoceses e as winccas irlandesas.
O pai de Samantha também era um bruxo, o que naturalmente facilitaria dizer que ela era uma bruxa. Na verdade, o pai de Samantha era o irmão mais novo do pai de Shan.
O único problema de Samantha é que seu pai se apaixonou por uma mulher do mundo normal, ou seja, a mãe dela não podia fazer mágia.
Por isso Shan vivia aborrecendo ela, claro que de brincadeira, mesmo assim ela ficava magoadíssima, e aposto que até mesmo você leitor ficaria chateado se tivesse um primo que ficasse no seu pé, te chamado de "não-mágico", pelo fato de você não poder criar magias e encantamentos.
Ele desafiou ela a provar que tinha sangue de bruxo.
— Se você tem sangue mágico como eu — disse Shan. — Coloque a mão no fogo da lareira. Se você se queimar, você não é uma bruxa de verdade!
Samantha se sentiu desafiada por Shan, e realmente colocou a mão no fogo, e também a retirou depressa.
"Você deve ter um pouco de magia sim, Samantha", Shan falou pra ela, "não há queimadura nenhuma na sua mão. Isso pra mim já é prova suficiente".
"Obrigada, Shanzinho", ela respondeu, sabendo que o primo odiava ser chamado de Shanzinho.
Os dois se levantaram correndo, quando tio Morgan anunciou a sua chegada do mercado (ele fora comprar barras de chocolate para o dia de Natal). Quando os dois já não estavam presente, um pequeno escorpião de cor vermelha saiu do fogo da lareira. E se escondeu em um buraco na parede.
Fim.
UMA VOZ NA GRAMA
Deixem que o Sol fale com sua
Linguagem simples, direta.
Deixem que as Fadas dancem
Sob a Lua colorida do céu.
O que importa é dançar.
O que importa é sonhar.
O que importa é acreditar.
O que importa é existir.
Debaixo das casas, bem fundo,
Gnomos e duendes conversam
Sobre o futuro da humanidade.
Não chegam a conclusão alguma.
O que importa é dançar.
O que importa é sonhar.
O que importa é acreditar.
O que importa é existir.
A luz enche os jardins
Das adálias, que cantam:
Glória, Glória, Aleluia.
A grama verde é uma moça
Que dorme descabelada no Céu.
O que importa é dançar.
O que importa é sonhar.
O que importa é acreditar.
O que importa é existir.
Uma voz na grama
Alcança as imaginações.
Dizendo em palavras frágeis:
Não chore, não diga. Silencie.
Nossos sonhos ficarão
Presos de luares
Como os faunos que
Dançam e bebem e se alegram.
O que importa é dançar.
O que importa é sonhar.
O que importa é acreditar.
O que importa é existir.
AS HORAS ESCURAS
Partimos cedo, 7:00 m horas,
Anjos e Santos estavam ali,
Onde comecei os manuscritos
De um novo livro: Canções dos Santos.
Canções dos Santos ou Canções para os Santos?
Que me importava era cantar para os Santos.
Porque mesmo que eu não estivesse no porto
Me disseram há muito tempo que os Santos ajudam.
Bem. Breve. Posso começar a descrever
As asas divinas: O Anjo da Morte não
Tem olhos. Apenas uma boca aberta,
Cheia de dentes sorridentes, frio. Assusta.
O Anjo que tem a chave do Abismo
Tem côr azulada, quatro mãos.
Seria shiva com uma lança
Nas mãos, como um adorno?
Duas visões de um mesmo cosmo.
As horas escuras são breves.
O vento forte assopra em nossos
Olhos mortos, mortos de guerras mundiais.
explicação sobre a composição desse poema: teria sido mais sincero não incluir essas linhas no meio desse livro, deixo claro que o poema é uma observação sobre a guerra mundial e as religiões Cristã e Hindu. No fundo as mesmas coisas deságum num mesmo ponto: por que vivemos em um mundo tão absurdo como esse? A resposta é muito simples: onde há trevas superabundou a Luz!
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