Que outros campos teria ela para ir,
Longe do frio e do gelo, onde dormia
A minha face, barbuda e fria?
Audumbla, não pôde me parir;
Apenas o sal lambeu sem melancolia.
Meus ossos duros de pedra lá estavam
Formados pelo gelo sem leite das estrelas.
Nos meus sonhos, meus beijos queimavam as deusas
Nórdicas, alvas e esbeltas, que contra mim lutavam.
Abri os olhos com as últimas lambidas.
Levantei minhas mãos pedregosas
Porque fogo no cérebro eu tinha.
Apanhei a lua como uma pedrinha,
Fiz com ela uma espada de luzes formosas.
Do sol fiz uma manta de fina linha.
Ficou o meu destino de assim ser lembrado,
Lambido por uma vaca, assim fui criado; do gelo
Meu corpo fez um elmo de degelo.
A forma de minha criadora me torna em véu desesperado.
Revoltoso, lanço uma pedra contra as luzes douradas do castelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário