segunda-feira, 8 de julho de 2019

Jogador de futebol / crônica

Jogador de futebol

crônica

  Eu fui convidado a jogar bola no time da escola, e vou contar, sabem, eu era um bom jogar; sim, eu não entendia nada do que estava fazendo, nem sabia a diferença entre goleiro e artilheiro, mesmo assim eu estava jogando, sabem, eu acho que isso é o que eu chamo de sorte judaica. 
 Pois bem, eu só sei que eu não podia pegar as bolas na mão. Bem, quem ia ficar fazendo isso não é? Tipo, qualquer pessoa ia falar que o goleiro é um gay, ele é o cara que agarra as bolas, eu não, sabem, eu sou o tipo judeu, magro e viril, e eu só sabia que tinha que fazer gol nas través inimigas. 
 E foi comigo que estávamos vencendo, e o meu time era muito bom. E eu tinha uns oito anos de idade, eu já lia Schopenhauer nessa época, acho que eu queria tanto fazer sexo que acabei transando com uma garota de 19 anos no banco de trás da minha bicicleta.
  E mesmo assim, eu estava lá no jogo mais importante, quando um dos adversário  me deu um carrinho. Vou contar para vocês. Nunca senti tanta alegria. Voltei pra casa com o carrinho e fui logo brincar. Sabem, meu time perdeu o campeonato, me deram uma surra, mais pelo menos eu saí com um carrinho novinho em folha do campo.

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