domingo, 24 de junho de 2012

E nos perdemos

E foi tu que se perdeu
e eu me perdi
e nos perdemos
dentro da vida e do tempo.


É claro que o meu corpo
depende do teu
e a minha vida
depende da tua


então vamos andar e caminhar
sem um rumo certo e sem direção correta


que nos guie o fogo dos astros distantes
o frio do vento passante
e os beijos de paixão de dois amantes.


E nos perdemos
tu e eu
em um distante lugar chamado amor.


E tu tocou a rosa e eu toquei os espinhos.
Uma lágrima escorreu no sorriso e na alegria
e gritou a noite: Minha vida está perdida, que o sol raie nos olhos da lagosta.


E o telhado daquela casa se assemelha a uma lagosta tomando sol
e o sol queimou minha pele
e minha pele sobreviveu como escama de Dragão-de-komodo.


E toda a festa foi interrompida pelos capitalistas,
e os comunistas agregaram seus parentes
e os cachorros eram os poetas
e eu e tu, descansamos lado á lado dos detetives apaixonados


mortos em sua própria ansiá de amor.


Perdoem e perdoai a irá dos dragões
e eu e tu perdidos num mundo tão grande
(naquele tempo eu era o governador de Ilhas desérticas
e te fiz imperatriz de ilhas habitadas pelo nada).


E caminhamos mais e mais, e descansamos por sobre as ilhas do imenso e atormentado
Pacífico, que rugiu de fúria pelo fim do nosso amor.
Zombei e zombaste e rimos fortemente, porque tudo era engraçado
e na verdade a vida era engraçada, o morto deu uma risada
porque seu sapato estava sendo doado para um poeta recém-falecido 
e eu insisto em dizer que existo.


E nos perdemos, braços e pernas presas na métrica
e lá distante um gordo elefante discursava para a sua pátria.
E nos alegramos e nos reencontramos e um dia uma estrela caiu e nos viu


e rimos de tristeza (e ela riu de alegria).

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