E olhei teus olhos treze vezes
e nenhuma delas ele me consumiu.
O fogo me consumiu, a vida me consome, o fogão consome
a comida no fogo, mais teus olhos já se perderam.
O vento frio passou abrupto em rocha. E teu peito de cisne negra
esse peito triste que não saúda e nem sequer prende
esse peito assassino, consumidor, egoísta
esse peito foi atravessado por sonhos
e esses sonhos se consumiram no vento (e não nos teus olhos).
E pobre deles que se foram na noite, porque o dia era tristeza.
E não me restaria pedir perdão pra ninguém a não ser a meu ego.
E eu não te abraçaria e nem te abraço.
Recordações frias merecem o esquecimento.
E olhei treze vezes e nas trezes que infelicidade no peito
que tristeza em mim mesmo. E que saudade dos olhos de tantas
e tantas mulheres puras, nuas, inteiras. E eu estou triste.
Tristeza porque teus olhos não refletiram a ancia da felicidade.
E a tarde chega como uma fênix e a noite adentrará e na escuridão
estaremos mais uma vez.
Ai de você que eu chamo de "cadela sarnenta" e você me chama
de "filho da puta". E o teu riso abafa as ondas do Ceilão e o meu grito ecoa nas marges do Atlântico Brasileiro.
És estrangeira e sou de pátria distante, e meu nome é
"O NAVEGANTE", e naveguei por teus olhos que quase me assasinaram
e anceio um abraço
e o fogo é uma espada que desce do espaço se consumindo
em água e em gelo (pra que fogo se a floresta dorme em silêncio?).
E é triste e é tudo triste e a vida é triste. Mais nos resta uma coisa:
a alegria que nem tu e nem eu teremos.
Amante, eu não te direi nada que possas me matar
e eu já escondi o ouro que roubaste de sua própria mãe.
E você me chamou de cão, e eu escutei o seu grito de rancor ecoar
por entre as nuvens de pássaros carniceiros.
E tu um dia me comparou com a terra
e eu te respondi: sou o mar!
E poseidon me puniu por isso me trancafiando a teu lado
e eu não te amo. E treze vezes eu consumi o vinho e treze vezes
tentei consumi-la.
E ai de mim que me perdi na escuridão.
E sumi. Não me escreva, porque não te escreverei, não me chame
porque não lhe responderei; vais e se afogas maldita do gelo
em teu próprio sangue beba a sua irá, porque já não és minha
Ó afogada do céu.
E não sou seu e nem te devo nada. Andarei no deserto e não te
avistarei. E se tu me tocar algum dia, no meio de Santiago, de Bogotá, nas favelas do Rio de Janeiro ou na chuvosa Londres
me mate e me abata porque você morreu e eu morri e nós morremos.
Mas você vive no fogo do haxixe
procurando vida e eu já lhe gritei por entre os navios do oceano:
estás morta, Ó afogada traídora.
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